DAVIS SENA FILHO/http://www.brasil247.com/
Como se observa, o primeiro decreto de Fernando Henrique
Cardoso — o Neoliberal I — quando assumiu a Presidência da República foi
exinguir a Comissão Especial de Combate à Corrupção efetivada pelo presidente
nacionalista Itamar Franco, o verdadeiro pai do Plano Real (o tucano era seu
ministro da Fazenda), fato este que levou Itamar, posteriormente,
arrepender-se, e, inclusive, questionar duramente a conduta de FHC, que assinou
as cédulas da nova moeda no lugar do então ministro da Fazenda, Rubens
Ricúpero. O tucano não era mais ministro, e incorreu em erro grave.
Acusou Itamar: "Eu me arrependo é de ter escolhido ele
candidato. Tenho o maior respeito pela inteligência dele, mas ele errou. Ele já
não era mais ministro (da Fazenda) e, mesmo assim, assinou cédulas (de Real).
Isso é a primeira vez que eu estou revelando. Isso é grave porque só poderia
ter assinado a cédula o ministro Ricúpero (Rubens Ricúpero, que substitui FHC
de março a setembro de 1994, durante a implementação do Plano Real)".
E completa: "O ministro Ricúpero foi o sacerdote do
Plano Real. Mais até do que o FHC. Eu vi. Mandei verificar. Ele assinou, sem
poder assinar. Ele sabia que sem o autógrafo, sem ele na cédula do real, ele
não ganharia. Não. O Real começou a circular em 1º de julho. Daí o medo da
equipe dele, porque estava muito próximo do processo eleitoral. Tinham aquelas
dúvidas, mas o Ricúpero sustentou a continuidade".
Este é o FHC, aquele presidente do PSDB entreguista e que
governou o Brasil como um caixeiro viajante e, subserviente e subalterno,
implementou no País a diplomacia da dependência, porque alinhada
automaticamente com os interesses dos EUA. Poder-se-ia também chamá-la de
diplomacia do tirar os sapatos, como o fez o ministro das Relações Exteriores,
Celso Lafer, em 31 de janeiro de 2002. Atitude que, sem sombra de dúvida,
simbolizou o governo vendilhão de FHC, além de demonstrar o quão as
"elites" brasileiras são subalternas e provincianas, para, em troca,
receberem migalhas do que ela considera "Corte" para manterem
intocáveis seus status quo em relação ao povo do Brasil.
FHC, o vendilhão da Pátria, mal assume a Presidência e
extingue a Comissão de Combate à Corrupção. Nada que surpreenda àqueles que
sabem como procedem e agem os tucanos. O fim da Comissão, na verdade, tinha por
finalidade deixar livre o caminho para as privatizações, também conhecidas por
grande parte da população brasileira como privatarias. O Neoliberal I realmente
não defendeu os interesses do Brasil quando foi eleito o mandatário mais
importante do País. Pelo contrário, o quebrou três vezes, pois foi ao FMI três
vezes, de joelhos e com o pires nas mãos.
Em encontro de presidentes de países considerados
desenvolvidos, o mandatário porta-voz das elites e submisso aos ditames do FMI,
do Banco Mundial (Bird), da OMC e da UE levou um "carão" do
presidente estadunidense, Bill Clinton, que praticamente o chamou de
incompetente e chorão, ao dizer-lhe que a culpa das perdas internacionais do
Brasil era do governo do PSDB e não das políticas econômicas de exploração,
rapinagem e pirataria formuladas pelo Consenso de Washington e as quais
Fernando Henrique as transformou em "bíblia" a ser seguida no Brasil
e a ter a imprensa alienígena e de negócios privados como sua defensora pit
bull.
Ai daquele que se atrevesse questionar o pensamento único da
década de 1990 e início do século XXI. Era logo chamado de dinossauro ou
"esquerdopata", pois os arautos da dependência e da servidão aos
países ricos batiam sempre na mesma tecla de que as ideologias acabaram com o
fim da União Soviética e que termos como esquerda e direita se tornaram
arcaicos. Como se ser de esquerda é apenas relativo às utopias socialistas ou
ao socialismo científico ou real. Nada mais enganoso e sem credibilidade,
porém, manipulado pelos defensores do capital e da nova ordem econômica mundial
implementada por intermédio do neoliberalismo.
A verdade é que o PSDB ainda não pagou por seus erros até
hoje, tanto no âmbito do Judiciário quanto no que é referente ainda a vencer
eleições em estados de eleitores conservadores, a exemplo de São Paulo, Minas
Gerais e Paraná, unidades da Federação ricas cujos governos ocupados pela
direita de caráter udenista reagem, com o apoio e a proteção da imprensa, aos
programas e ao projeto dos governantes trabalhistas de distribuição de riqueza
e renda, que geram empregos, porque giram a roda da economia.
Fernando Henrique Cardoso é o pior presidente que este País
já teve. Seu sentimento de brasilidade é nulo, e, por sê-lo, o tucano é
completamente divorciado dos interesses da Nação. Seu candidato a presidente,
Aécio Neves, é seu alter ego quando mais jovem. FHC é um playboy com verniz de
intelectual, mas como sociólogo não conhece o povo e suas assertivas sobre a
sociedade brasileira são completamente superficiais e confusas, porque tal
professor não possui a essência, a sensibilidade e a profundeza de conhecimento
de intelectuais da grandeza de Darcy Ribeiro, Gilberto Freyre, Paulo Freire,
Anísio Teixeira, Florestan Fernandes, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado
Júnior.
Não adianta conhecimento acumulado se o portador das
informações não tiver sensibilidade social e política. E é exatamente o caso do
senhor tucano e neoliberal Fernando Henrique Cardoso. Seus aliados que estão a
poucos meses das eleições de outubro já formulam e apresentam ao público a
plataforma política e econômica do PSDB. Trata-se de neoliberalismo na veia, a
ter como áulico o ex-presidente do Banco Central de FHC, o banqueiro Armínio
Fraga, que já anunciou as medidas impopulares que Aécio Neves vai efetivar em
um tempo de Brics, de desenvolvimentismo, de consolidação de blocos econômicos
que não rezam pela cartilha draconiana do FMI e do Bird, bem como do
fortalecimento dos mercados internos dos países emergentes, principais criadores
de empregos e de desenvolvimento das nações que buscam outras saídas que não
sejam aquelas indicadas pela ONU e pelas instituições econômicas criadas após a
II Guerra Mundial.
A vitória eleitoral do PSDB, ou seja, da direita brasileira
é a derrota das forças populares e progressistas, que há doze anos estão no
poder e transformaram o panorama econômico e social do Brasil para melhor. O
País, evidentemente, não é mais o mesmo. A democracia está consolidada e o povo
brasileiro está mais maduro politicamente, a reivindicar e a sair nas ruas como
nunca antes aconteceu neste País. E não é porque as pessoas estão insatisfeitas
com o Governo Trabalhista, mas principalmente porque melhoraram de vida e
querem mais educação, saúde, segurança e emprego. Ponto! O PSDB é a antítese do
desenvolvimento, porque é o formulador de políticas públicas derrotadas e teses
que não deram certo. O PSDB é o partido do retrocesso. É isso aí.
PS: Itamar Franco tinha razão.
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