por Adriano Benayon [*] - http://resistir.info/
As TVs e a grande mídia promovem intensamente a candidata
que surgiu com a morte do desaparecido na explosão. Marina da Silva costuma ser
apresentada como defensora do meio-ambiente e como diferente de políticos que
têm levado o País à ruína financeira e estrutural, como foram os casos, em
especial, de Collor e de FHC.
Mas Marina não representa ambientalismo algum honesto, nem
qualquer outra coisa honesta. O que tem feito é, a serviço do poder imperial
angloamericano, usar a preservação do meio ambiente como pretexto para impedir
– ou retardar e tornar absurdamente caras – muitas obras de infra-estrutura
essenciais ao desenvolvimento do País.
Pior ainda, a tirania do poder mundial, com a colaboração de
seus agentes locais, já ocupa enormes áreas, notadamente na região amazônica,
para explorar não só a biodiversidade, mas os fabulosos recursos do subsolo,
verdadeiro delírio mineral, na expressão do falecido Almirante Gama e Silva,
profundo conhecedor da região e, durante muitos anos, diretor do projeto RADAM.
Além da pregação enganosa sobre o meio ambiente, o império
vale-se de hipocrisia semelhante em relação à pretensa proteção aos direitos
dos indígenas, a fim de apropriar-se de imensas áreas, que os três poderes do
governo têm permitido segregar do território nacional, pois brasileiro não
entra mais nelas.
As ONGs ditas ambientalistas, locais e estrangeiras,
financiadas pela oligarquia financeira britânica, como a Greenpeace e o WWF
(Worldwide Fund for Nature) trabalham para quem as sustenta, não estando nem aí
para o meio-ambiente.
Isso é fácil de notar, pois não dão sequer um pio contra a
poluição dos mares, produzida pelo cartel anglo-americano do petróleo: a mais
terrível poluição que sofre o planeta, pois os oceanos são a fonte principal do
oxigênio e do equilíbrio da Terra.
Marina foi designada ministra do meio ambiente, em Nova
York, quando Lula, antes de sua posse, em janeiro de 2003, foi peitado por
superbanqueiros, em reunião após a qual anunciou suas duas primeiras nomeações:
Meirelles para o BACEN e Marina Silva para o MME.
Empossada no MME, Marina, nomeou imediatamente
secretário-geral do ministério o presidente da Greenpeace, no Brasil.
Marina foi dos poucos brasileiros presentes, quando o
príncipe Charles reuniu, na Amazônia, outros chefes de Estado da OTAN e
caciques das terras que ele e outros membros e colaboradores da oligarquia
mundial já estão controlando por meio de suas ONGs e organizações
"religiosas", como igreja anglicana, Conselho Mundial das Igrejas
etc.
Todos deveriam saber que os carteis britânicos da mineração
praticamente monopolizam a extração dos minerais preciosos, e a maioria dos
estratégicos, notadamente no Brasil, na África, na Austrália e no Canadá.
Os menos desavisados entenderam porque Marina desfilou em
Londres, nas Olimpíadas de 2012, única brasileira a carregar a bandeira
olímpica.
É difícil inferir que o investimento da oligarquia do poder
mundial em Marina da Silva visa a assegurar o controle absoluto pelo império
angloamericano das riquezas naturais do País?
Algo mais notório: a mentora ostensiva da candidatura de
Marina é a Sra. Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú, o que tem maiores lucros
no Brasil, beneficiário, como os demais, das absurdas taxas de juros de que
eles se cevam desde os tempos de FHC, insuficientemente reduzidas nos governos
do PT.
Não há como tampouco ignorar as conexões do Itaú e de outros
bancos locais com os do eixo City de Londres e Wall Street de Nova York.
D. Marina nem esconde desejar que o Banco Central fique
ainda mais à vontade para privilegiar os bancos a expensas do País, que já
gasta 40% de suas receitas com a dívida pública, sacrificando os investimentos
em infra-estrutura, saúde, educação etc.
Contados os juros e amortizações pagos em dinheiro e os
liquidados com a emissão de novos títulos, essa é despesa anual com a dívida
pública, a qual, desse modo, cresce sem parar (já passa de quatro trilhões de
reais).
Ninguém notou que Marina – além de regida pelo Itaú – já
tem, para comandar sua política uma equipe de economistas tão alinhada com a
política pró-imperial como a que teve o mega-entreguista FHC, e como a de que
se cercou Aécio Neves?
Como assinalou Jânio de Freitas, Marina e Aécio se apresentam
com programas idênticos. Na realidade, é um só programa, o do alinhamento com
tudo que tem sido reclamado pela mídia imperial, tanto pela do exterior, como
pela doméstica.
Da proposta de desativar o pré-sal – a qual fere mortalmente
a Petrobrás, que ali já investiu dezenas de bilhões de reais, e beneficia as
empresas estrangeiras, as únicas, no caso, a explorá-lo - até à substituição do
MERCOSUL por acordos bilaterais - como exige o governo dos EUA - Marina e o
candidato do PSDB estão numa corrida montando cavalos do mesmo proprietário,
com blusas idênticas, diferenciadas só por uma faixa.
Por tudo, a figura de Marina antagoniza o pensamento do
patrono do PSB, João Mangabeira, e o de seu fundador, Miguel Arraes, cujas
memórias estão sendo rigorosamente afrontadas.
Não há, portanto, como admitir que os militantes do PSB
fiquem inertes vendo a sigla tornar-se instrumento de interesses rapinadores
das riquezas nacionais e prestando-se a que oligarcas internos e externos se
aproveitem do crédito que os grandes nomes do Partido granjearam no coração de
milhões de brasileiros de todos os Estados.
Há, sim, que recorrer a medidas apropriadas, previstas ou
não, nos Estatutos do Partido, para que este sobreviva e ajude o Brasil a
sobreviver.
De fato, estamos diante de um golpe de Estado perpetrado por
meios aparentemente legais, incluindo as eleições. Parafraseando o Barão de
Itararé, há mais coisas no ar, além da explosão de avião contratado por um
candidato em campanha.
A coisa começou quando políticos e parlamentares
notoriamente alinhados com os interesses da alta finança, e outros enrustidos,
articularam a entrada de Marina na chapa do PSB, acenando a Eduardo Campos com
o potencial de votos e de grana que ela traria.
Fazendo luzir a mosca azul, a Rede o pegou como peixes de
arrastão.
Velório de Eduardo Campos. Alguém viu a foto de Marina
sorrindo no funeral do homem? Alguém notou que, imediatamente após a notícia da
morte dele, a grande mídia, em peso, dedicou incessantemente o grosso de seus
espaços à tarefa de exaltar D. Marina?
Os golpes, intervenções armadas e outras interferências, por
meio de corrupção, praticadas a serviço da oligarquia financeira
angloamericana, em numerosos países, inclusive o nosso, desde o Século XIX,
deveriam alertar-nos para dar mais importância a contar com bons serviços de
informação e de defesa.
Golpes de Estado podem ser dados através de parlamentos,
poderes judiciários, além de lances como os que estão em andamento. Agora, a
moda adotada pelo império angloamericano, como se viu em Honduras e no
Paraguai, na suposta primavera árabe, na Ucrânia etc, é promover golpes de
Estado, sem recorrer às forças armadas, as quais, de resto, no Brasil, têm sido
esvaziadas e enfraquecidas, a partir dos governos dirigidos por Collor e FHC.
[*] Doutorado em economia, autor do livro "Globalização versus Desenvolvimento" e ainda filiado ao PSB, abenayon.df@gmail.com
O original encontra-se em www.diarioliberdade.org/opiniom/opiniom-propia/51005-brasil-como-sobreviver.html
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
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