sexta-feira, 28 de julho de 2017

A agenda do mercado é a agenda do desesperado Temer



Na cabeça golpista de Michel Temer, é como se entre os mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras não existisse um trabalhador urbano sequer, um camponês, um morador de favela ou de periferia. Pela primeira vez na história, um presidente adota integralmente a agenda do mercado.

Já sobre o pescoço da esmagadora maioria da população que vive de seu trabalho e constrói a riqueza da nação paira a espada da pauperização acentuada, resultante de um combinação letal: desemprego em alta, supressão de direitos trabalhistas e congelamento dos gastos públicos por 20 anos, prevista na Emenda 95.

Conforme matéria publicada na edição da revista CartaCapital desta semana, esse alerta consta de um relatório preparado por um grupo formado por mais de duas dezenas de organizações da sociedade civil, responsável pelo monitoramento do cumprimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 2030.

A sabujice de Temer ao poder econômico é diretamente proporcional ao risco crescente de perder o mandato usurpado desde que foi gravado confabulando extra-agenda e na calada da noite com um empresário envolvido em um sem número de crimes. Seus cálculos são simples : como no horizonte só consegue enxergar como boia de salvação os capitalistas e seus porta-vozes da mídia monopolista, o céu é o limite para a bajulá-los.

Em paralelo à farra de liberação de emendas parlamentares, operação que custou aos cofres públicos 1,4 bilhão, Temer desengaveta projetos que soam como música aos ouvidos dos donos do capital. Está no forno, por exemplo, uma espécie de liberou geral de privatizações, especialmente nas cobiçadas áreas de mineração, energia e petróleo.

Nos planos dos golpistas, para seduzir ainda mais os grandes empresários, está a promessa de levar a leilão 20 mil novas áreas de mineração e transferir para a iniciativa privada a operação e o controle de 14 usinas da Eletrobrás.

Os rentistas também não têm do que se queixar. São fortes os indícios de que o supertarifaço do PIS-COFINS, o qual provocou o maior reajuste de combustíveis dos últimos 13 anos, não foi obra apenas da incompetência da dupla Temer-Meireles, ávida por cobrir o bilionário rombo fiscal causado pela depressão econômica vivida pelo país.

Na esteira desse atentado contra a economia popular, está a intenção deliberada de puxar para cima os índices inflacionários. Com isso, a taxa de juros que remunera os títulos públicos em poder do mercado tende a subir.

A rejeição a Temer é praticamente uma unanimidade, segundo todas as pesquisas de opinião. Suas contrarreformas também são rejeitadas pela imensa maioria, que o considera corrupto e quer sua saída, com eleições diretas para a escolha de seu substituto.

Mas sua desfaçatez impressiona. Agora mesmo, alheio ao drama social vivido pelas famílias de mais de 14 milhões de desempregados, Temer acaba de anunciar a demissão de servidores públicos estatutários, através de um Plano de Demissão Voluntária. Fora Temer, Diretas Já!

Wadih Damous

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