sexta-feira, 24 de março de 2017

Para deputado relator da terceirização, "ninguém faz limpeza melhor do que a mulher"

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Laércio Oliveira

Jornal GGN - Laércio Oliveira (SD-CE), relator do projeto sobre terceirização aprovado nesta semana, afirmou que “ninguém faz limpeza melhor do que a mulher”, em debate realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta (23). 

O parlamentar fez o comentário ao explicar porque as mulheres são maioria entre os trabalhadores do setor de asseio. Ele também ressaltou que maior parte dos terceirizados no país trabalham nesta área. 

“Somente nessa atividade tem mais de dois milhões de trabalhadores, 60% dessa mão de obra é feminina, porque faz limpeza. E ninguém faz limpeza melhor do que a mulher. À exceção de mim, que sou muito bom", afirmou Laércio. 

Em outra questão, o deputado falou sobre o home office. "Eu vi um comentário nesta semana que a gente tem de estar preocupado com o trabalhador que vai trabalhar dentro dessa modalidade de contratação, porque precisa entender a mulher dele. Como é a mulher dele? Ela vai ser uma pessoa agradável e trazer um cafezinho de vez em quando ou vai ficar reclamando com ele?”

Laércio questionou se o funcionário conseguirá ter um “ambiente propício” para trabalhar em casa ou se “ficará estressado cada vez mais a ponto de querer sair de casa".

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do parlamentar afirmou que ele sempre ressalta que as mulheres "são dedicadas e minuciosas no desempenho de todas as atividades". Também disse que todas as funcionárias de seu gabinete são do sexo feminino e pediu desculpas, “caso tenha sido mal interpretado”.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, 92% dos trabalhadores domésticos com carteira assinada são mulheres, com média salarial de R$ 739 em 2015, segundo o Ipea. 

A proposta de 1998, aprovada na quarta-feira, libera a terceirização em qualquer ramo de atividade das empresas privadas e de parte do setor público. Os críticas do projeto afirmam que ele representará uma precarização da mão de obra no país, fazendo com que os trabalhadores percam os seus direitos.

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