sexta-feira, 14 de abril de 2017

Contrato de trabalho foi feito para evitar a barbárie

Lula Marques/PT

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O PSDB não imaginou que Temer fosse tão bom office boy para executar o programa de governo de Aécio Neves.

O regime de trabalho que as grandes corporações multinacionais queriam há muito tempo, Temer fez melhor que os tucanos fariam.

É como se o Brasil estivesse sendo anexado ao mercado de trabalho dos Estados Unidos com unificação de regras dos sistemas trabalhistas.

Como fizeram com o México nos idos de 1990, quando lá instalaram as "maquiladoras", para exploração de mão de obra barata.

A precarização do trabalho é o resultado mais perverso da globalização selvagem. As maquiladoras se espalharam pelo mundo. Estão em Singapura, Indonésia, Malásia, Paraguai e outros países.

O México chegou a ter cinco milhões de trabalhadores, menores de 14 anos de idade, trabalhando sem nenhum registro, segundo estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Os defensores da reforma trabalhista costumam citar o mercado de trabalho dos Estados Unidos como referência. O problema é que a economia brasileira não se compara à dos Estados Unidos, a maior do mundo, mais rica em tecnologia e consolidada.

Com Temer paulista e Aécio mineiro, a política "café com leite" da República Velha emergiu com força. Conseguiu se vingar de Getúlio Vargas rasgando o contrato de trabalho deixado por ele, com a tal da reforma trabalhista, vendida por eles como "modernização do mercado de trabalho".

Agora os trabalhadores vão receber salários contra recibos ou nem isso.

Está decretado o fim do trabalho como direito social. Estão retrocedendo ao período anterior à Lei Áurea com o reestabelecimento do trabalho a condições análogas à escravidão. Devem ressurgir figuras como capatazes e gatos.

Parece que governo e Parlamentares não estão se dando conta do que estão fazendo. Não conhecem chão de fábrica nem trabalho rural.

O contrato de trabalho foi feito para superar a barbárie.

Se acabarem com os sindicatos, como instância mediadora do conflito, como está previsto na tal reforma trabalhista, a violência vai explodir na relação patrão e empregado.

Os trabalhadores não vão se submeter à humilhação e à hiperexploração patronal.

Laurez Cerqueira

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