A novela da cassação da chapa Dilma-Temer, que terminou ontem, começou em dezembro do de 2014, logo após essa chapa derrotar a Chapa Aécio Neves – Aluyzio Nunes. Em dezembro de 2014, técnicos do Tribunal Superior Eleitoral enviaram a Gilmar Mendes relatório pedindo a desaprovação das contas de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Mendes mobilizara uma estrutura gigantesca no TSE para detectar alguma fraude e supostamente aquela perícia apontara “divergências em gastos e receitas dos comitês da candidata e do PT”.
Mendes, então responsável pela relatoria das contas de Dilma, já havia apontado em despacho “fortes indícios” de irregularidades, destacando a suspeita de que empresas tenham feito doações acima do limite legal.
O caso foi a julgamento do plenário do TSE no mesmo dia. Mendes será o primeiro a votar. Depois será a vez dos outros seis ministros do TSE. Uma eventual rejeição das contas não impede que Dilma chegou a deixar dúvida de que Dilma viesse a ser diplomada e assumisse o cargo em 1º de janeiro de 2015.
O que ocorreu foi que o PSDB apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionamentos sobre a prestação de contas da campanha à reeleição de Dilma Rousseff à Presidência, pedindo a desaprovação dos gastos e aplicação de multa.
No documento, o PSDB apontou três supostos problemas na apresentação das despesas da campanha de Dilma. O primeiro deles, relacionado ao limite de despesas autorizado. Conforme o PSDB, a campanha de Dilma ultrapassou os R$ 298 milhões inicialmente informados pelo PT antes que o TSE autorizasse a ampliação desse limite.
A ampliação do limite foi autorizada no dia 24 de outubro, dois dias antes do segundo turno. Segundo o PSDB, no entanto, a prestação de contas da candidata já indicava despesas superiores antes dessa autorização.
O PSDB também disse que os pagamentos ao site Muda Mais, que fez propaganda da petista na internet, foram registrados sob a rubrica “Produção de Programas de Rádio, Televisão ou Vídeo”, em vez de “Criação e inclusão de Páginas na Internet”. O partido apontou ainda que os gastos de R$ 680 mil com internet não foram pagos à empresa Polis Propaganda e Marketing Ltda, responsável pelo site, mas a outras firmas.
Nenhuma dessas acusações se confirmou e Dilma acabou diplomada e tomou posse em 1º de janeiro de 2015.
Quem sustentou toda essa pantomima foi o ministro Gilmar Mendes, que acaba de dar o Voto de Minerva para salvar a chapa Dilma-Temer, que ele acusava veementemente de ter feito uma campanha repleta de crimes eleitorais.
A absolvição de Dilma da acusação de ter feito uma campanha repleta de falsidades, porém, levanta uma outra questão. Aécio Neves foi flagrado confessando que o seu partido entrou com representação contra a chapa da adversária que o derrotou só para “encher o saco do PT”. Foi a confissão de um crime. Confira no vídeo abaixo Aécio confessando.
Para quem não entendeu a locução, segue a transcrição da conversa:
Aécio Neves: Eu entrei no TSE. Era uma coisa que não achei que ia dar em ***** nenhuma. Lembra depois da eleição?
Joesley: hum, hum.
Aecio: Os filhas da **** sacanearam tanto gente que vamos entrar com um negócio só pra gente encher o saco deles também responder lá … A Dilma caiu, a ação continuou e ele quer que eu retire a ação, cara. Só que se eu retirar, eu não tô nem aí pra ele lá, o…o Janot assume a ação, o Ministério Público assume essa *****. Aí não dá mais pra ele. Eu tô tentando convencer ele.
Ora, se a chapa de Dilma foi absolvida das acusações do PSDB e se o então presidente do partido Aécio Neves confessou, no exercício do cargo, que deu todo esse trabalho ao Superior Tribunal Eleitoral por motivos falsos, gastando imensos recursos públicos, isso é crime. O PSDB tem que ser punido por esse crime. Provavelmente com a cassação do registro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário