sexta-feira, 17 de novembro de 2017

LULA, “O CARA”!

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Nonato Menezes - Muita gente torceu o nariz quando Lula disse que “perdoa os golpistas”. Inclusive, gente que “combate” o ódio, a “divisão ideológica” da sociedade. Acredito até, que muita “gente boa” sentiu forte ânsia de vômito quando ouviu ou ficou sabendo.

E a discussão continua.

Cientistas políticos, jornalistas, professores, entre outros, se manifestaram a respeito. As Redes Sociais estão cheias de comentários. A maioria contra, evidentemente.

Mas “Lula é o Cara!”. Lula é um Mestre da Política. Se bem levássemos em conta, aprenderíamos muito com esse genuíno “animal político”. Salve Lula!

Lula, a meu ver, não joga para a plateia, nem se presta a barganhar. Seu compromisso com o País o faz ir muito além das intrigas, da culpabilidade e dos erros incorrigíveis.

Por isso, creio que Lula jogou e está jogando com as seguintes alternativas, entre outras:
Primeiro. A expressão utilizada com a palavra “perdoa”.

Quem bem atenta para a formação da nossa sociedade sabe que qualquer termo com conotação cristã se sobressai, sobretudo, no discurso político. Por isso, além do sentido político dado à mensagem, vale lembrar sua acepção antropológica e sociológica, quando há entendimento social e o objetivo é atingir o interesse coletivo.

Neste momento a palavra “perdoar” tem muito mais força política do que o termo “compor” ou “aliar-se”. Por outro lado, não significa que quem perdoa, pretende aliar-se ou simplesmente esquece os danos que sofreu.

Segundo. A oportunidade, o momento.

Uma “bandeira branca” agora é tudo que precisamos. Num momento em que a sociedade está tomada de ódio, envolvida com um discurso raivoso, vingativo; nada mais oportuno do que uma mensagem de coragem, paz, de humildade e de integração.

Quando pessoas comuns e muitas autoridades defendem o porrete, a punição indiscriminada, a delação, o “dente por dente, olho por olho”; vem o Lula e diz: calma gente! Vamos corrigir os rumos? “Eu perdoo vocês, golpistas”!

Uma expressão de significado simples, à primeira vista, mas muito importante, porque foi dirigida, a meu ver, mais aos que apoiaram o golpe, do que aos que deram o golpe.

Lula, e isso é um dos atributos que o faz liderança, nunca defendeu a cizânia. Ao contrário, ele foi sempre favorável ao diálogo. Tem sido com diálogo que ele vem propondo construir o que muitos acham impossível.

Eis aí seu verdadeiro poder. O que, para muitos é motivo de temor. Sua força reside na habilidade, capacidade e coragem de dialogar. Lula tem sido capaz, inclusive, de demonstrar que não têm inimigos, mas adversários. Mesmo aqueles que querem vê-lo morto ou preso não são, por ele, considerados hostis ao ponto de dizer: “com vocês não tem conversa”! Já, ao contrário, sem chance. Jamais veremos um João Dória, por exemplo, ou Moro, entre outros, sequer insinuarem que gostariam de ‘ter uma conversa’ com o ex-presidente Lula. Pois a soberba, a falta de modéstia, de coragem e, sobretudo, de capacidade e habilidade para o diálogo é o que reina nessa gente. A tal ponto, de não contarem até dois, para agredirem, perseguirem e até, na insegurança, proporem a morte de seus adversários políticos, ideológicos e de classe, pura e simples.

Terceiro. A defesa do que é público e de interesse pessoal.

Em todos esses anos que Lula me apareceu como pessoa pública, nunca o vi defendendo questões pessoais ou paroquiais. Sempre o vi se manifestando em defesa dos interesses da sociedade brasileira, do espaço público, do nosso País. E isso faz um diferencial enorme, quando o que vemos, com exceções, claro, é o exercício da Política em proveito próprio. Prática, aliás, bem conhecida da sociedade brasileira. Por isso, dispensa maiores comentários.

Por fim, o “perdoar golpista” do Lula não veio como demonstração de fraqueza, insegurança ou como pedido de clemência aos que deram e aos que apoiaram o golpe. Ela surgiu como obra prima de quem, na adversidade, encontra a mensagem que surpreende e inquieta, principalmente aos que se consideram donos da palavra e conhecedores das verdades contextuais.

 Salve Lula! 

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