terça-feira, 22 de maio de 2018

Vixe! O cara não caiu de maduro, por Rui Daher


por Rui Daher

Quem sou eu para opinar se houve ou não fraude nas eleições venezuelanas de domingo passado? Aliás, eu nem ninguém. O que sei é que essa novela, esquerda-situação versus direita-oposição, rola desde que Hugo Rafael Chávez Frias (Otavinho, vai mudar o sobrenome?) foi eleito presidente em fevereiro de 1999, manteve-se no poder até 2013, quando faleceu, e fez de Nicolás Maduro seu sucessor, agora, por mais seis anos.

Poderá ser quase um quarto de século daquilo que as folhas e telas brasileiras de direita gostam de chamar de bolivarianismo.

Assim como outros países, o ilegítimo governo golpista brasileiro recusou reconhecer o resultado das eleições na Venezuela. Seríamos os borrados falando dos cagados? Ou os 68% a 21% a favor da situação simula a seleção alemã de futebol confessar ser fraude os 7 a 1 com que surrou a seleção brasileira, em 2014?

Baseio-me em relato da BBC de Londres, que nas merdas daqui não sujo as mãos nem obnubilo minha visão.

Alude-se o resultado à alta abstenção, 54% de um total de 20,5 milhões de pessoas registradas para votar. Entendo, assim, que perto de 9,5 milhões de eleitores compareceram às urnas, e destes 6,5 milhões legitimaram Nicolás Maduro. Ou não?

Se não, aonde foram seus opositores no domingo? Jogar beisebol, fazer piquenique com ameríndios, tocar tambor, cultuar o bom da F1, Pastor Maldonado? Ou passaram o dia a produzir hallacas e comer feijão preto com bananas cozidas e arroz? Não creio.

Já sei: ficaram encarcerados em suas casas pelas forças armadas bolivarianas.

Ainda seguindo o relato da BBC, mais parece que a população venezuelana está de saco cheio e sabe que, direita ou esquerda no poder, continuarão miseráveis e passando fome como na maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil varonil.

A participação normal nas últimas eleições ficou perto de 80%. Em todas elas, chavismo e madurismo ganharam. Outras alegações, que não a abstenção, foram dadas, e sempre o serão enquanto o país não atender aos desígnios de Washington, DC.

A abstenção está sendo dada pela oposição como um sinal de desobediência civil, uma vitória, pois. Imagino Henry Thoreau se revirando em seu túmulo.

Então tá. Quantos aqui no Brasil defendem a não obrigatoriedade do voto, a exemplo do que acontece nos EUA?

Pois bem, a vitória de Donald “Pele Laranja” Trump sobre Hillary Clinton, em 2016, teve abstenção de 48%.

Fraude?


Nenhum comentário:

Postar um comentário