quinta-feira, 12 de julho de 2018

Venda da Embraer à Boeing: anatomia de um crime de lesa-pátria



POR NOCAUTE
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Terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, atrás apenas da Boeing e da Airbus, o filé mignon da Embraer está sendo vendido à americana Boeing pela merreca de US$ 3,8 bilhões – quase dez por cento de todo o capital público investido na empresa ao longo dos anos. Nocaute entrevista três especialistas sobre o assunto.

Sessenta anos atrás, quando o Brasil ainda importava privadas e arame farpado, o marechal-do-ar Casimiro Montenegro sonhou: “Um dia este país ainda será uma potência aeronáutica”. Foi dado como louco, mas realizou seu sonho: criou o ITA e o primeiro embrião do que viria a ser a Embraer.

Passado quase meio século, a Embraer é a terceira maior empresa do mundo na fabricação de aviões comerciais, atrás apenas da Boeing e da Airbus. É a única de tal porte no hemisfério sul, e conta atualmente com cerca de 15 mil funcionários de altíssima qualificação. É o maior pólo gerador de tecnologia da América Latina.

Pois na calada da noite, no breu das tocas, em plena Copa do Mundo, na véspera do jogo do Brasil contra a Bélgica, o governo anunciou a venda da Embraer para a americana Boeing. Mais precisamente, vendeu o controle de 80% de sua divisão de jatos comerciais. Ou seja, o filé mignon da empresa. 

A Boeing pagou pelo negócio a merreca de US$ 3,8 bilhões. Para se ter uma idéia do que isso significa, basta lembrar que, ao longo dos anos, o BNDES injetou na empresa quase dez vezes o valor pela qual ela está sendo vendida agora. Sim, o que a Boeing pagou pela Embraer equivale a 10 por cento do que o governo investiu na empresa. Dinheiro público, dinheiro nosso. Seu dinheiro, meu dinheiro.

Além dos aviões, a Embraer também desenvolve importantes sistemas de defesa do Brasil que agora ficarão nas mãos dos EUA.

As empresas correm contra o tempo para fechar a venda ainda no governo Temer, como fizeram com o Pré-Sal. Têm que vender tudo o que puderem até a meia-noite do dia 31 de dezembro, derradeira hora da permanência dos golpistas no poder.

O Nocaute falou com três especialistas para saber o significado dessa venda: o professor da UFABC, Demétrio Toledo, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Ciência e Tecnologia de São José dos Campos, Ivanil Barbosa, e o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Herbert Campos.

Veja o que eles têm a nos dizer sobre mais esse crime que Temer e seus golpistas cometem contra o Brasil e os brasileiros.

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