sábado, 22 de abril de 2017

Defender Lula é defender a esquerda da sanha fascista

atlas

Eduardo Guimarães
http://www.blogdacidadania.com.br/

Não têm faltado ponderações de amigos e de adversários ideológicos/políticos no sentido de que abandonar Lula seria o “melhor caminho” em um momento em que o mundo desaba sobre a cabeça daquele que, pisoteado, escorraçado, difamado impiedosamente, sem trégua, estaria condenado, inapelavelmente, ao cadafalso político, ideológico, moral e físico.

Um amigo me diz que estaria na hora de “desmamar” de Lula. Outro, argumenta, quase como um favor ao alvo da sanha reacionária, que a hora seria propícia ao surgimento de “novas lideranças”…

ALGUMAS RAZÕES PARA NÃO IR A CURITIBA AO ENCONTRO DE LULA.


http://www.maurosantayana.com/

A oposição pode estar se equivocando com a ideia das pessoas irem para Curitiba no dia 3 de maio para se solidarizar com Lula. 

Em primeiro lugar porque, quando começou-se a falar nas redes sociais e nos comentários dos portais de notícias, de partir para a capital paranaense para impedir, “na marra”, a prisão do ex-presidente, caso ela viesse a ser decretada no dia do depoimento, pelo estilo das intervenções e a própria hipótese, descabida, era evidente que essas mensagens estavam vindo do campo adversário para montar uma esparrela, uma arapuca - como se vê no "meme" acima - na qual qualquer pessoa de bom senso dificilmente acreditaria que se viesse a cair com a facilidade e rapidez com que isso ocorreu. 

Delações não importam. Lula é o alvo

Paulo Pinto/Agencia PT

http://www.brasil247.com/

As pesquisas que indicaram a vitória de Lula em qualquer cenário, caso as eleições presidenciais fossem hoje, aceleraram os mecanismos montados no Judiciário, em especial na Lava-Jato, para eliminar o líder petista da vida pública e impedi-lo de concorrer ao próximo pleito. Até um cego é capaz de detectar as manobras realizadas, agora já às escâncaras, para justificar uma eventual prisão do ex-presidente e condená-lo mesmo sem provas para torná-lo inelegível. O juiz Sergio Moro, visto por muitos como super-heroi e paladino da Justiça, é o principal instrumento utilizado pela direita para que essa injustiça gritante seja perpetrada, sob as vistas complacentes do Supremo Tribunal Federal e os aplausos da mídia. Agora, pergunta-se: que mal Lula fez a essa gente para alimentarem tanto ódio?

Lenio Streck: está na moda do Judiciário a tese de que os fins justificam os meios


Publicado no Conjur.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/

POR LENIO STRECK, jurista e professor.

Sei que entrevistas podem falsear o que o entrevistado falou. Mas como não houve desmentido, presumo que o que está escrito foi dito. Falo da ex-ministra Eliana Calmon, que disse:

“Hoje, o Judiciário mudou inteiramente. Todo mundo quer acompanhar o sucesso de Sergio Moro. Os ventos começam a soprar do outro lado. Antigamente, o juiz que fosse austero, que quisesse punir, fazer valer a legislação era considerado um radical, um justiceiro, como se diz. Agora, não. Quem não age dessa forma está fora da moda. Está na moda juiz aplicar a lei com severidade” (ler aqui).

US$ 65 milhões - Planilha de propina da Odebrecht complica Temer


https://www.cartacapital.com.br/

Pagamentos começaram seis dias após negociata ter sido, segundo delatores, fechada no escritório do presidente

O presidente Michel Temer foi acusado por dois criminosos delatores da Odebrecht de abençoar em seu escritório político em São Paulo, em 2010, uma negociata de 40 milhões de dólares do grupo com a Petrobras e o PMDB. Entre as provas apresentadas pelos acusadores ao Ministério Público Federal (MPF), uma planilha registra o pagamento de 65 milhões de dólares em propina. 

Os pagamentos começaram em 21 de julho de 2010, seis dias depois da reunião no escritório de Temer. Um repasse de 256 mil dólares a “Tremito”, codinome para identificar PMDB, segundo um dos delatores. O outro codinome para PMDB era “Mestre”, diz o mesmo delator. “Tremito” e “Mestre” receberam 32 milhões de dólares entre 2010 e 2012, provavelmente no exterior.

Sobre o ódio, o amor e o problemático mundo dos afetos


Marcia Tiburi
https://revistacult.uol.com.br/

Começamos a falar de ódio há algum tempo, quando percebemos que ele estava em alta. Para muita gente, de repente, o ódio pareceu uma novidade. O discurso de ódio ganhou as televisões, as redes sociais, o dia-a-dia das pessoas e tornou-se algo natural. “Amar”, um poético verbo intransitivo, foi substituído pelo odiar.

Algo que é próprio da vida dos afetos é esquecer como eles surgem. Seja o ódio, seja o amor, que parece o seu contrário imediato, os afetos são vividos como que naturalmente. Isso quer dizer que são experimentados sem que haja consciência das mediações a partir das quais eles são possíveis na vida das pessoas. Não nos perguntamos por que odiamos. Do mesmo modo como não nos perguntamos por que amamos. Como passamos a odiar ou a amar? O que impulsiona nosso amor, nosso ódio? O ódio é nosso mesmo? Ou é coletivo? E, se for coletivo, seria ainda autóctone? O ódio é como aquele deus ex machina que vem do nada? Ou ele é produzido com fins específicos?

Leonardo Boff: Papa Francisco não tinha motivo para vir ao Brasil apoiar 'golpista'

Para teólogo, ao recusar convite para visitar o Brasil, papa é coerente com opção pelos pobres: "Por causa disso ele não quis visitar a Argentina de Macri"

Eduardo Maretti, da RBA *
http://www.cartamaior.com.br/

São Paulo – “O papa não tinha nenhuma razão para vir ao Brasil, apoiar um golpista. Ele é muito coerente com a opção que tem pelos pobres, pelos que sofrem violência e são marginalizados. Por causa disso ele não quis visitar a Argentina de (Mauricio) Macri. Por essa mesma razão ele não quis visitar o Brasil sob Temer.” A declaração é do frei e teólogo Leonardo Boff, sobre a carta enviada pelo papa Francisco ao presidente Michel Temer, recusando o convite para visitar o país para as celebrações dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida. 

Embora reconheça que a crise que o país enfrenta “não é de simples solução”, Francisco enfatiza: "Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira".

Semana no STF ficou marcada por decisão sobre benefício do INSS a estrangeiros


http://justificando.cartacapital.com.br/

O STF decidiu que é direito dos estrangeiros residentes no Brasil receber o benefício de prestação continuada (BPC), no valor de um salário mínimo. Previsto na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), ele se destina a pessoas portadoras de deficiência e idosas que não possuam meios de prover o próprio sustento ou de sua família.

O caso teve origem em 2005, quando a Autora, imigrante italiana, solicitou ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) a concessão do benefício. Apesar da idade avançada (65 anos) e de não ter condições ou familiares para prover seu sustento, o INSS negou seu pedido, alegando que o benefício se restringe a brasileiros. Então, a Autora ingressou com ação judicial contra a autarquia, para que essa decisão fosse revertida, com fundamento no princípio da igualdade, que proíbe qualquer forma de discriminação.