segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O fedor da força bruta

Ricardo Stuckert


O Golpe de 2016 expulsou a representação popular do circuito legal do poder executivo. A violência continua, exonerando técnicos de governo por suspeitada simpatia pelas teses econômicas e sociais progressistas. Evitar a qualquer custo o retorno legítimo de representantes populares ao Executivo resume a cláusula pétrea do breviário golpista. Atenção para o "evitar a qualquer custo". Não se trata de recurso estilístico de mau gosto: indica o compromisso prioritário dos reacionários com a manutenção da liderança golpeada no ostracismo. Antes ou depois da vitória eleitoral da oposição popular.

O nazismo, a esquerda e o procurador Benedito, por Arnaldo Bloch


O nazismo, a esquerda e o procurador Benedito

por Arnaldo Bloch

Prezado procurador da República Ailton Benedito: primeiramente, o “prezado” é só fórmula de cortesia. Vou me privar de adjetivos cabeludos como os que o senhor vem usando para desqualificar quem exerce o dever de contestar os equívocos que o senhor profere por aí. Como a postagem que reproduzo a seguir, publicada em sua conta do Twitter, domingo passado. Eis os 125 toques de sua sentença: “Partido Nacional SOCIALISTA dos Trabalhadores Alemães, conhecido como NAZISTA. Os próprios nazistas se declaravam SOCIALISTAS”.

Comportamento hipócrita da imprensa ocidental ante o drama dos refugiados

Marítima Resgate EP


Alguém por acaso se lembra do bombardeio franco-britânico em nome da OTAN – leia-se, os Estados Unidos da América -, contra a Líbia de Muammar Kadafi? Alguém se lembra da exaltação quase histérica com que a então secretária de Estado americana, Hillary Clinton, saudou a derrubada e o assassinato de Kadafi (viemos, vimos e vencemos)? Alguém se deu conta de que a guerra civil síria é uma encomenda norte-americana para mudar o regime do país a qualquer custo, a fim de debilitar o inimigo principal, a Rússia?

A bestialização do povo brasileiro, por Aldo Fornazieri


A bestialização do povo brasileiro

por Aldo Fornazieri

Diante do fracasso histórico dos setores progressistas e de esquerda é forçoso reconhecer que eles mesmos foram co-artífices desse fracasso e que contribuíram significativamente para com a manutenção das subalternidade das classes populares à hegemonia das elites econômicas e políticas do país. Em outras palavras: contribuíram para com a manutenção do povo brasileiro na condição de bestializado.

Como se sabe, a ideia de um povo bestializado foi criada pelo jornalista, jurista e político Aristides Lobo no contexto da passeata militar que proclamou a República. Ao testemunhar aquela passeata, comandada por um marechal monarquista, Lobo escreveu: "O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem saber o que significava". A coisa do povo - a res publica - nascia, desta forma, sem povo. Pior ainda, nascia sem povo, sem armas e sem terras, logo após a Abolição, levada a efeito por uma princesa que era mais uma carola de sacristia do que propriamente uma estadista. 

domingo, 20 de agosto de 2017

Uma cleptocracia cruel, covarde e assassina

Foto: Marcos Corrêa/PR


Que o Brasil é comandado por uma coalizão de ladrões não há dúvidas. Além do bando que tomou de assalto o Executivo, observa-se também um Parlamento majoritariamente formado por larápios; outros tantos estão no Judiciário – que por omissão, ação ou conivência respaldam e dão suporte à empreitada golpista.

Mas, por que estamos sob o domínio de uma cleptocracia? Porque somos dirigidos por “um tipo de governo no qual as decisões são tomadas com extrema parcialidade, indo totalmente ao encontro de interesses pessoais dos detentores do poder político. Assim, a riqueza é extraída de toda a população e destinada a um grupo específico de indivíduos detentores de poder. Muitas vezes são criados programas, leis e projetos sem nenhuma lógica ou viabilidade, que no fundo, possuem a função de beneficiar certos indivíduos ou simplesmente desviar a verba pública para os bolsos dos governantes.”

ALDO FORNZIERI: “MORO É COPARTÍCIPE DO GOLPE”

REPRODUÇÃO | Agência Brasil

https://www.brasil247.com/

Em entrevista à TV 247, o cientista político e professor Aldo Fornazieri criticou o que chamou de "parcialidades" da Operação Lava Jato e avaliou que a investigação, embora tenha um papel importante no combate à corrupção, "se perdeu"; "Ela se perdeu nas parcialidades, na ação persecutória do Moro e de procuradores contra o Lula", afirmou; para ele, "Moro agiu politicamente em todo o processo"; "Ele foi copartícipe do processo do golpe, não tenho dúvidas disso", ressaltou; "É vergonhosa a atuação dele"; Fornazieri faz uma crítica à esquerda na reação contra o golpe e defende a criação de uma frente progressista para 2018, com um programa de governo; "O mais importante é a unidade, porque a fragmentação favorece aqueles que deram o golpe", diz; assista

Enquanto a realidade se transforma, a verdade evolui

Enquanto a realidade se transforma, a verdade evolui. 27151.jpegO dualismo formado pelos conceitos de "verdade" e "inverdade" só pode ser estabelecido quando o objeto apreciado possa ser contestado quanto à sua existência ou ocorrência. Pela simples apresentação do objeto e o reconhecimento incontestável, por parte de qualquer observador, de sua existência como elemento de tal espécime, assim, não se pode tratá-lo como sendo "verdade" ou "inverdade", mas tão somente como real. [Wikipédia: "Realidade (do latim realitas isto é, "coisa") significa em uso comum "tudo o que existe". Em seu sentido mais livre, o termo inclui tudo o que é, seja ou não perceptível, acessível ou entendido pela filosofia, ciência ou qualquer outro sistema de análise."]

Como a vivência cotidiana do racismo pode se converter em traumas

Como a vivência cotidiana do racismo pode se converter em traumas
       A psicanalista Maria Lúcia da Silva (Arte Revista CULT)

Paulo Henrique Pompermaier
https://revistacult.uol.com.br/

Além de desigualdades materiais, o racismo produz marcas psicológicas profundas. É o que a psicóloga e psicanalista Maria Lúcia da Silva observa em suas análises clínicas diariamente: na escola, no trabalho e na família, o preconceito racial provoca traumas, ansiedade, crises de identidade e depressão. É prejudicial à saúde psíquica dos sujeitos.
Esse é um dos temas que Maria Lúcia da Silva aborda em O racismo e o negro no Brasil: Questões para a psicanálise, lançado recentemente pela editora Perspectiva. O livro, organizado junto das psicólogas Noemi Moritz Kon e Cristiane Curi Abud, se propõe a investigar os efeitos do racismo em nossa subjetividade, além de repensar o papel da psicanálise neste contexto.