sábado, 19 de maio de 2018

Belchior e Nietzsche muito além do bigode

Leitura das letras do compositor mostra aproximação surpreendente com as ideias do filósofo. “A minha alucinação é suportar o dia a dia e meu delírio é a experiência com coisas reais”, cantava em “Alucinação” (1976).

Por Elstor Hanzen

     Divulgação
O cantor e compositor morreu há um ano, no dia 30 de abril de 2017

A semelhança entre o compositor brasileiro Antônio Carlos Belchior e o filósofo alemão Friedrich Nietzsche vai muito além do bigode. Sem ostentar e sequer se manifestar diretamente sobre esta influência, Belchior bebia nos conceitos nietzschianos, como a moral do rebanho, vontade de poder, eterno retorno e a crítica ao mundo idealizado pela própria filosofia, pela religião e pela ciência. A relação fica evidente quando se faz um passeio pelas letras do cearense.

Nietzsche só viveu 56 anos. Contudo, bastou para ele ser considerado um dos maiores marcos do pensamento contemporâneo. Embora não muito valorizado pelo establishment, o autor é uma referência para organização da história desde o século 19 e se tornou pop entre o público jovem. Desconstruiu a moral e os valores estabelecidos pela filosofia grega, chegando ao desmantelamento da cultura dos ídolos e da religião. Nietzsche, portanto, foi o primeiro a interromper a órbita de compreensão do mundo criado por Sócrates, Platão e Aristóteles.

"Os Heróis nunca morrem". "Os covardes sucumbem no primeiro sopro de verdade".


Belluzzo: 'Neoliberalismo está moribundo, mas não sabemos para onde vamos'

Enquanto a China exerce papel cada vez mais relevante na economia global, Brasil não consegue nem mesmo negociar com o gigante oriental. "Temer e Meirelles não têm noção do que estão falando"

por Eduardo Maretti, da RBA

   RBA
"Fernando Henrique Cardoso destruiu parte importante da indústria brasileira, sobretudo as cadeias produtivas"

São Paulo – No jogo econômico e geopolítico global de hoje, as principais cartas estão colocadas por um gigante do Oriente. "A escalada da China não tem como ser contida. A não ser que se tente fazer uma coisa de enorme violência", diz o economista Luiz Gonzaga Belluzzo. 

"O que a China fez foi se encaixar de maneira adequada na globalização, proposta pela expansão americana financeira e produtiva", diz. Prova disso é que os chineses estão comprando empresas em todo o mundo. Inclusive no Brasil, nos setores estratégicos de energia e petróleo.

Por outro lado, os Estados Unidos continuam a possuir uma carta fundamental no jogo da economia e finanças globais: o dólar. "É o ativo em que o mercado confia." O resultado da complexa disputa pelo protagonismo mundial ou por posições estratégicas não está claro, considerando que o mundo passa por uma transição que parece apontar para o fim da hegemonia neoliberal, mas sem horizontes muito claros.

Venezuela, eleições e sabotagem

Membro da oposição linha-dura, apoiada por Washington. Podendo chegar ao governo, grupos boicotam eleições e pedem intervenção militar — interna ou externa. Para converter a Venezuela numa Líbia, na América do Sul?

Em meio à crise, oposição poderia até ganhar a Presidência neste domingo. Mas o plano dos EUA, e de seus aliados locais, pode ser inviabilizar o país — onde estão as maiores reservas de petróleo do planeta

Por Alexander Main, em Nacla | Tradução: Inês Castilho

Costumava ser censurável apelar abertamente para golpes militares e intervenção dos EUA na América Latina. Não mais. Ao menos quando se trata da Venezuela, um país onde – de acordo com a narrativadominante na mídia – um ditador brutal está deixando a população faminta e aniquilando qualquer oposição.

Em agosto passado, o president Trump casualmente mencionou uma “opção militar” para a Venezuela em seu campo de golfe em Nova Jersey, provocando um alvoroço na América Latina, mas nem um pio em Washington. Paralelamente, Rex Tillerson, então Secretário de Estado, manifestou-se favoravelmente a uma possível deposição militar do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Documentando os Estados Unidos no Golpe de 2016 – Parte 2, por Carlos Coimbra



Documentando os Estados Unidos no Golpe de 2016 – Parte 2

por Carlos Coimbra

O presente faz parte de uma série de três artigos sobre documentos secretos vazados ou documentos públicos que indicam uma presença cada vez mais forte dos Estados Unidos no cenário político brasileiro após o anúncio das reservas de petróleo na camada pré-sal pela Petrobras em 2007.

O primeiro artigo sobre o tema pode ser lido aqui.

Documentos antigos e nem tão antigos, demonstram que no passado os Estados Unidos da América participaram de diversos golpes ao redor do mundo. Incluindo o apoio a ditaduras sanguinárias para manter os seus interesses geopolíticos.

É DELES.


sexta-feira, 18 de maio de 2018

Por que Lula não deve desistir (parte 2)

Ricardo Stuckert


Lula continua firme, no topo da lista.

Com mais de 30% de votos no primeiro turnos e derrotando qualquer concorrente com mais de 44 % no segundo. Se o adversário for o Alckmin, Lula vai a 49%.

Lula vai mesmo poder concorrer?

Como o Poder Judiciário é hoje seu principal adversário e, em todas as instâncias, tem agido contra os direitos de Lula, é muito pouco provável que ele possa concorrer.

STF mantém Lula preso sem crime e liberta traficantes



O ex-ministro Ciro Gomes conseguiu montar um esquema poderoso de pressão para obter o apoio de Lula e do PT à sua candidatura à Presidência da República. A mais recente voz a se levantar a seu favor é a do seu conterrâneo, o governador cearense Camilo Santana, que afirmou ter convicção de que Lula não conseguirá concorrer às eleições presidenciais deste ano. E defendeu a candidatura de Ciro, dizendo que "sem dúvida nenhuma ele é o principal nome para unir as esquerdas e garantir as conquistas sociais alcançadas durante os 12 anos do PT no poder". Ninguém sabe de onde Camilo tirou essa convicção, porque legalmente Lula ainda pode ser candidato mesmo encarcerado. Na verdade, ninguém acredita que essa Justiça que está aí, escandalosa e vergonhosamente parcial, que persegue o ex-presidente em todas as instâncias – só ainda não o condenou à morte porque essa pena não existe no Brasil – será capaz de anular a sua condenação injusta e libertá-lo, mas até que haja uma decisão formal sobre sua situação eleitoral ele deve permanecer candidato. Conforme já foi dito antes, desistir agora seria suicídio político.