sexta-feira, 26 de maio de 2017

A corrupção no futebol une o Brasil e a Espanha

O povo, mais uma vez, paga a roubalheira dos poderosos. E a torcida ainda aplaude os times e os jogadores. É a maldade da corrupção, que aproveita inclusive os momentos de lazer da população. Por Víctor David López, Madrid

Por Nocaute 


Por Víctor David López*

Olá, bem-vindas e bem-vindos ao Nocaute na Espanha.

Estamos na frente do palco da final da Copa do Rei –Estádio Vicente Calderón, o estádio do Atlético de Madri–, que o F.C. Barcelona e o Alavés jogarão aqui no próximo sábado. O último jogo oficial da temporada. Mas as notícias dos esporte essa semana aqui na Espanha não falam da paixão da torcida, falam da roubalheira dos dirigentes ou dos jogadores.

Por exemplo, o Messi e o Cristiano Ronaldo, os dois melhores jogadores do mundo, esqueceram de pagar impostos durante os últimos anos. E a corrupção também une o Brasil e a Espanha. O ex-presidente do F.C. Barcelona, que joga aqui a final no sábado, está preso atualmente por cobrar comissões ilegais em negócios com a Confederação Brasileira de Futebol.

Os problemas do ex-presidente do F.C. Barcelona, o Sandro Rosell, começaram há alguns anos com o passe do Neymar, procedente do Santos. Naquela época tinha muitos milhões de euros perdidos. Ninguém sabe ainda onde está esse dinheiro. O ex-presidente do F.C. Barcelona, Sandro Rosell, saiu da presidência do clube em 2014 para se defender no processo judiciário.

Agora os problemas do Sandro Rosell são maiores ainda. Tem aquelas comissões ilegais nos jogos amistosos da Seleção Brasileira de Futebol compartilhadas, divididas com a Confederação Brasileira, e branqueadas depois com empresas em paraísos fiscais.

Então, as notícias de esporte da semana aqui na Espanha –além da final da Copa do Rei que deveria ser o mais importante pra torcida, pra paixão da torcida– são: a corrupção do Messi, a corrupção do Cristiano Ronaldo, já conhecíamos a corrupção do Neymar no Brasil onde foi sancionado e multado, e agora a corrupção que está unindo o Brasil e a Espanha. É triste, porque são dois dos países com maior torcida no futebol.

O povo, mais uma vez, paga a roubalheira dos poderosos. E a torcida ainda aplaude os times e os jogadores. É a maldade da corrupção, que aproveita inclusive os momentos de lazer da população.
* Víctor David López (Valladolid, Espanha, 1979). Jornalista, editor literário e escritor. Colabora na Radio Nacional da Espanha e escreve no jornal El Español. Trabalhou nos jornais espanhóis As, Marca e La Razón. É co-diretor da editora madrilena Ediciones Ambulantes, especializada em literatura brasileira e sobre o Brasil. É autor dos livros “Maracanã, territorio sagrado” (2014), “Brasil salta a la cancha” (prólogo) (2016) y “Brasil, Golpe de 2016” (prólogo). Twitter: @VictorDavLopez

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