sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Estados Unidos. Igreja Batista é sacudida por 700 casos de abusos

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Um novo escândalo sacode uma organização clerical, após centenas de líderes espirituais e do setor administrativo da Igreja Batista, do Sul no Texas e outros estados dos Estados Unidos, terem sido acusados de abuso sexual nos últimos 20 anos, segundo uma investigação jornalística.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 11-02-2019. A tradução é do Cepat.

Ao menos 380 líderes da Igreja Batista do Sul, entre pastores, ministros, mestres dominicais, diáconos e voluntários enfrentam algum tipo de acusação por conduta sexual inapropriada, com mais de 700 vítimas, nas últimas duas décadas, algumas delas de apenas 3 anos de idade.
Condenados por abuso sexual

É o que revela uma investigação conjunta dos jornais Houston Chronicle e San Antonio Express-News, os dois principais jornais do Texas, que em mais de seis meses de investigação descobriram que cerca de 220 entre os acusados foram condenados por abuso sexual ou negociaram acordos para reduzir suas penas.

Alguns deles confessaram seus atos ou renunciaram seus cargos dentro da congregação que, com 15 milhões de membros, é a maior entre as protestantes dos Estados Unidos. A grande maioria dos acusados, segundo a investigação jornalística, pertenceu a igrejas do Texas e, nesse momento, existem mais de 100 que, embora façam parte do registro central de criminosos sexuais, são mantidos em algum ministério da congregação.

Os pesadelos das vítimas

Muitas das vítimas enfrentaram a rejeição de suas Igrejas e fiéis e foram abandonadas a sua sorte, ao passo que a outras foi solicitado que perdoassem seus agressores ou que abortassem, como ocorreu com mulheres que tinham ficado grávidas, de acordo com os jornais. Por sua vez, vários dos acusados ainda permanecem sob custódia à espera de que sejam concluídas suas condenações nas prisões estatais e federais, localizadas da Califórnia a Flórida.

A investigação também adverte que ao menos 35 pastores e pessoas do setor administrativo, assinalados por condutas inadequadas, foram aceitos depois nas igrejas sem que os líderes de suas congregações alertassem as autoridades. Vários ex-presidentes e líderes da Convenção Batista do Sul foram criticados pelas supostas vítimas por ocultar ou inibir as acusações apresentadas. 

A grande maioria das vítimas era composta por adolescentes que foram abusados em mais de uma ocasião, segundo a investigação, que também revela que algumas vítimas tinham três anos de idade e foram abusadas nos escritórios dos pastores, durante as aulas dominicais.

A investigação afirma que os poucos adultos que foram objeto de abuso sexual, entre homens e mulheres, tinham ido buscar ajuda pastoral. A revelação jornalística se dá em meio ao escândalo que rodeia a Igreja católica estadunidense pela revelação, no ano passado, de casos de abuso sexual contra menores de idade, que envolvem uns 1.200 padres.

O atual presidente da Convenção Batista do Sul, J. D. Greear, qualificou os abusos descritos no relatório como “pura maldade”. “Estou devastado pelas revelações. As vozes nesse artigo devem ser escutadas como uma advertência de Deus, que clama o arrependimento por parte da Igreja”, disse Greear, em uma declaração publicada em sua conta no Twitter, e se comprometeu a fazer tudo o que for possível para prevenir situações semelhantes.

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