
Por Gustavo Conde
O acúmulo de energia política entre os progressistas é gigantesco, muito maior que o acúmulo de energia anti-política entre os fascistas no período democrático.
O funcionamento discursivo da história é assim: vida no poder, a morte se espreita. Morte no poder, a vida se espreita.
Eu diria que superar isso vai ser 'gostoso'. E esse momento, a despeito de quaisquer desejos e ceticismos, fica cada vez mais próximo. É, por assim dizer, uma fatalidade.
Querem um exemplo? A energia popular acumulada que a ditadura midiático-militar produziu com sua violência sangrenta gerou no brasileiro um desejo irrefreável por democracia e liberdade.
Toda essa energia acumulada no período de chumbo desembocou em Lula, que foi a explosão de liberdade, autoestima, espírito democrático e felicidade popular.
O sentimento de esperança gerado pela genocídio ditatorial dos militares e veículos de imprensa brasileiros gestou Lula, que nasceu sob o signo da esperança em todos os sentidos e para todas as direções em que se olhe.
O gatilho infame da ditadura burra, classista e sanguinolenta permitiram as condições históricas para a existência de Lula, o maior e mais impressionante líder político que o Brasil, quase que a contragosto, teve a oportunidade de testemunhar.
Vinte anos de violência e mordaça, portanto, permitiram a encarnação política da esperança acumulada - e equilibrista - em um homem dotado de força espiritual e de caráter atípicos para um elite preguiçosa acostumada em fraudar diplomas em Harvard e atacar as universidades nacionais.
Sim. Reparem a dimensão do contraste entre Lula e nossa famigerada 'elite intelectual' anti-povo: Lula jamais fraudou um diploma de universidade nenhuma. Ele ganhou 35 diplomas honoris causa nas universidades mais importantes do mundo apenas com o 'curso primário' e o curso de torneiro mecânico pelo Senai.
No Brasil, só Paulo Freire ganhou mais títulos honoris causa do que ele, outro líder-pensador dotado da liberdade de espírito e do ímpeto revolucionário dos bravos que não têm medo do poder nem das imposturas de classe.
Qual playboy que cresceu com a comidinha na boca suporta tais biografias?
A ditadura, que permitiu esse acúmulo de esperança e de coragem nos brasileiros impregnados de caráter e de sentimento real de respeito e amor ao próximo, durou vinte anos.
Esse golpe continuado Temer-Bolsonaro já dura três. Temos algo a temer? Diante da aceleração do tempo histórico e da falta de hegemonia dos veículos carniceiros de comunicação que lamentavelmente ainda grassam em nosso país?
Diante do volume de violações dos direitos humanos que esse abutres bolsonarianos produzem dia sim, outro também?
Havemos de ter medo de gente que não sabe sequer a conjugação do verbo haver?
Nós estamos diante, caras-pálidas, é de uma oportunidade única. Como eles confessaram a incapacidade de nos vencer no voto limpo, eles abriram uma nova 'rodada' de gestações de líderes, de ideias e de... Lulas.
A resposta está a caminho e atende pelo nome de 'estudantes'.
Mas é só o começo.
A responsabilidade de todos nós que queremos um país de verdade de volta e a democracia de volta aumenta a cada dia e cada noite.
Devo advertir que é um tesão protagonizar a história desta maneira.
Eles, esse abutres carniceiros, maus perdedores recalcados, nazifascistas de proveta, apenas nos dão a chance de realinhar a libido política - adormecida nos anos derradeiros de democracia e inclusão, também pela lei das compensações discursivas - a um novo ciclo de luta e poder.
Nota: eu não tenho medo nem preconceito com relação à palavra 'poder'.
A rigor, estamos ficando mais fortes a cada dia, a cada hora, a cada minuto - com as contribuições inestimáveis dos enunciados oficiais, tão risíveis quanto 'choráveis', incitadores de povo.
Se a ditadura gerou a energia cumulativa que produziu Lula, imaginem o que esta aberração cognitiva chamada bolsonarismo vai produzir.
Vai produzir uns mil Lulas, pelo menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
12