quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Avanço da miséria segue à margem do debate, por Bernardo Mello Franco

Número de cidadãos abaixo da linha da pobreza subiu 50% desde 2014, e já equivale a toda população de Portugal

           Por Jornal GGN
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Foto: Reprodução

Jornal GGN – O número de brasileiros que estão abaixo da linha da pobreza aumentou: o montante apurado em 2018 chegou a 13,5 milhões, segundo os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“É a face mais perversa da crise, que reduziu os empregos e a renda de quem ainda tem trabalho”, diz o articulista Bernardo Mello Franco em seu artigo no jornal O Globo. Os dados divulgados mostram ainda que o total de cidadãos brasileiros na extrema pobreza saltou 50% desde 2014 – o que representa o acréscimo de 4,5 milhões para a base da pirâmide social.

De acordo com o IBGE, o número de pessoas que vive com menos de R$ 145 por mês no Brasil é um contingente maior do que a população inteira de países como Cuba e Portugal.

A miséria também aumentou graças a interferência do poder público, como pode ser visto no total de lares atendidos pelo programa Bolsa Família, que caiu de 15,9% em 2012 para 13,7% no ano passado, ao mesmo tempo em que o valor real dos benefícios foi reduzido, com congelamentos e reajustes abaixo do nível da inflação.

Segundo Mello Franco, espera-se que o governo reforce a rede de proteção social nos momentos de crise – mas o que aconteceu foi exatamente o contrário, somado à precarização da mão de obra. Em 2018, o total de cidadãos com carteira de trabalho registrada atingiu 47,4%, o menor índice já registrado pelo IBGE.

“Isso ocorreu um ano após a aprovação da reforma trabalhista, vendida como panaceia por governo e entidades patronais”, diz o articulista, ressaltando que a precarização eleva a desigualdade. “A miséria cresce a olhos vistos, mas continua à margem do debate nacional”.

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