sexta-feira, 22 de março de 2024

Sobre a investida midiática contra a Petrobras e suas refinarias


Petrobrás, Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, Luiz Inácio Lula da Silva e Jean Paul Prates (gravata vermelha) (Foto: Divulgação | ABR | Ricardo Stuckert)

'Esse pessoal só quer saber de vender ativos e defender privatizações', escreve o colunista Marcelo Zero ao criticar a 'mídia tradicional e oligárquica'


Marcelo Zero

A Coreia do Sul do Sul não produz uma gota de petróleo, mas é autossuficiente em derivados, como gasolina e diesel. Por quê?

Porque eles, os sul-coreanos, investiram e investem em segurança energética. A terceira, a quinta e a sexta maiores refinarias do mundo ficam lá.

Por outro lado, o Brasil, que já é nono maior produtor de petróleo do mundo, ainda importa muitos derivados e produtos petroquímicos, como fertilizantes, por exemplo.

No ano passado, mesmo com o esforço de produção feito pelo terceiro governo Lula e a redução das compras externas em mais de 8%, o Brasil importou 14,67 bilhões de litros de diesel e 4,16 bilhões de litros de gasolina. Em fertilizantes, importamos mais de 40 milhões de toneladas.

É óbvio, portanto, que o Brasil tem de voltar a investir em refinarias e na sua indústria petroquímica. Trata-se apenas de ter um mínimo de racionalidade e de investir em valor agregado da produção e em segurança energética, além de segurança alimentar.

No entanto, a mídia oligárquica está demonizando a construção da segunda unidade de refino na Abreu de Lima, bem como investimentos em outras refinarias e na petroquímica brasileira.

Tudo em nome do “combate à corrupção” e da “preservação do meio ambiente”, como se refinarias aumentassem a produção de petróleo. Ou como se o diesel e a gasolina importados não emitissem CO2.

No caso da Abreu e Lima, a nova unidade (Trem2) será fundamental, frise-se, para a produção de biodiesel e hidrogênio verde.

Mas esse pessoal só quer saber de vender ativos e privatizar tudo. Não entende nada de segurança energética e carece totalmente de visão estratégica.

Ironicamente, nos últimos 5 anos importamos centenas de milhões de dólares de copolímeros de acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS), copolímeros de propilenos e de outros plásticos obtidos do refino de petróleo.

E de quem? Da Coreia do Sul. Aquele país que não produz uma gota de petróleo, mas que tem muitas refinarias. Aquele país que tem visão estratégica.

O “vira-latismo” da nossa mídia e das nossas oligarquias do “Fazendão” não conhece limites.

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