(Hoje em Dia) - Ao longo do
tempo, na tentativa de proteger seus interesses – usando o anticomunismo e
outros pretextos como a “defesa da democracia” e da “civilização ocidental” -
os Estados Unidos nunca hesitaram em abrir, sempre que quiseram, por arrogância
ou estupidez, suas pequenas caixas de Pandora.
Na Segunda Guerra Mundial, parte
da elite estadunidense, abertamente hitlerista – celebridades como o aviador
Charles Lindbergh e o magnata da indústria automobilística Henry Ford nunca
esconderam sua simpatia pelo nazismo - só tomou posição contra o Eixo quando
foi obrigada a isso com o ataque-surpresa da Marinha Imperial Japonesa a Pearl
Harbor, em 7 de dezembro de 1941.
Antes, durante a Guerra Civil
Espanhola, o “establishment” anglo-saxão, incluindo a Grã Bretanha, já havia
percebido, extasiado, que não havia nada melhor que o fascismo para massacrar
comunistas e esquerdistas. E fechara os olhos, complacentemente, para os
ataques das tropas italianas mandadas por Mussolini e da aviação nazista contra
milhares de mulheres, idosos e crianças desarmadas, em cidades como Guernica,
Madrid e Barcelona.
Agora, depois da Coréia, do
Vietnam, de dezenas de intervenções e golpes na África, Ásia e América Latina,
das invasões do Iraque e do Afeganistão - guerras inúteis em que perderam
trilhões de dólares e milhares de soldados, e das quais saíram sem atingir seu
objetivo de estabilizar no poder regimes fantoches - os EUA abriram, mais uma
vez, com a “Primavera Árabe”, sua Caixa de Pandora.
Ao insuflar pela internet, e com
agentes infiltrados, a derrubada de governos seculares, em países com
diferentes etnias e culturas, os norte-americanos e os países que se colocaram
a seu serviço, como a Espanha, não destroçaram, apenas, estas nações, com
guerras civis, doenças, destruição, centenas de milhares de refugiados, assassinatos,
estupros, abusos e tortura.
Eles também abriram caminho, na
Tunísia, na Líbia, no Egito, no Sudão e na Síria, para o ressurgimento e a
ascensão de um novo fundamentalismo islâmico,
que almeja não só tomar o controle nesses países, mas também atingir,
com eficácia, o coração do Ocidente.
Dessa vez, no lugar de usar
bombas, os radicais muçulmanos estão preferindo usar o feitiço contra o
feiticeiro. A mesma internet – e o mesmo Facebook – utilizada para ajudar a
parir uma “primavera” cujo retrato mais cruel é o de crianças sírias comendo cães
para não sucumbir à fome, está sendo usada, agora, pela Al Qaeda, para
converter e recrutar centenas de jovens ocidentais para lutar, em nome de Alá,
nos escombros do Oriente Médio, contra o governo sírio.
Alguns já morreram, como a
norte-americana Nicole Mansfield, de 33 anos (foto), atingida em um tiroteio
com dois outros ocidentais. Outros estão sendo rastreados e presos, em sua
volta aos EUA, como afirmou, há poucos dias, em um depoimento em Washington, o
diretor do FBI James Comey.
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