O economista adverte que a Europa está indo pelo mesmo caminho
que o Japão e aponta que alguns países já estão vivendo um processo de
depressão.
Esquerda.net - http://www.cartamaior.com.br/
Joseph Stiglitz esteve esta semana numa conferência na
cidade de Lindau, no Sul da Alemanha. O prêmio Nobel falou então à agência
Bloomberg e a sua intervenção também foi destacada pelo jornal Financial Times.
Sob o título “O espectro de uma década perdida assombra a
Europa”, o Financial Times salienta que Stiglitz disse que a Europa está “indo
pelo mesmo caminho” que o Japão, numa referência à depressão - recessão e queda
dos preços em simultâneo - prolongada neste país, e frisou que “a única forma
de descrever o que se está a passar em alguns países europeus é depressão”.
O Nobel apontou também: "A Europa tem muitas pessoas
talentosas e [se] país após outro não está a funcionar, tem que ser um problema
sistémico. O problema básico é que não é uma área monetária ótima." O
economista acrescentou que “a combinação de estruturas falhadas com políticas
falhadas tem sido devastadora".
Nas declarações à Bloomberg, Stiglitz afirma que as
políticas de austeridade seguidas por toda a Europa são um “completo fracasso”,
salienta que o elevado desemprego e o fraco crescimento indicam o fracasso das
políticas seguidas e sublinha que "agora vemos o enorme preço que a Europa
está a pagar".
Joseph Stiglitz diz também que a união bancária está a andar
muito lentamente, que a zona euro precisa de união fiscal e aponta,
referindo-se à intervenção Banco Central Europeu (BCE), que “a política
monetária não pode realmente ser um substituto” da união fiscal.
"Todos concordam que a união bancária é uma coisa boa,
mas está a avançar muito lentamente", disse o economista, considerando que
são necessárias resoluções bancárias rápidas que "garantam os
depósitos", ou "o dinheiro vai voar dos países fracos para os países
fortes e os fracos só vão ficar mais fracos".
O prémio Nobel da Economia defende ainda que a zona euro
precisa da mutualização das dívidas, realçando que com os eurobonds os Estados
poderiam conseguir "empréstimos com a força do todo", o que levaria as
taxas de juro para valores idênticos aos dos Estados Unidos.
Comentários
Postar um comentário
12