Miúda reflexão a
respeito da decadência dos nossos partidos. Serão mesmo partidos?
Às vésperas de comemorar a posse de Dilma e iniciar o 13º
ano instalado no Palácio do Planalto, o Partido dos Trabalhadores, tomado pelos
problemas políticos, caiu numa fossa de aparente fundo existencial.
Profissionais especializados foram contratados para descobrir as razões pelas
quais parte considerável da população foi tomada por um sentimento de ódio ao
partido.
Talvez não seja uma pergunta cuja resposta dependa só de
Freud.
Após 35 anos de luta bem-sucedida, naturalmente com erros e
acertos, tornou-se o mais importante partido político brasileiro liderado por
Lula, também o líder político mais influente do País.
A pesquisa, encomendada à empresa Marissol, será de âmbito
nacional. O resultado servirá de base para os debates finais do 5º Congresso
Nacional do partido, marcado para junho, em Salvador, na Bahia. O trabalho
pretende identificar se o antipetismo está concentrado em São Paulo ou
espalhado pelo País.
O resultado da eleição presidencial é uma evidência de que o
problema vai muito além de São Paulo: Dilma obteve 54 milhões, 499 mil e 901
votos (51,64%); o tucano Aécio beliscou o calcanhar da petista: 51 milhões, 041
mil e 10 votos.
Há um sentimento nas entranhas do PT de que parte da culpa é
de Dilma. Falam de suposta antipatia da presidenta. É preciso ser lembrado que
a eleição não era um concurso para eleger a “Miss Simpatia”.
Há outro indicador, mais consistente, apoiado nas pesquisas
do Ibope sobre a preferência partidária, feito ao longo dos últimos 20 anos
(tabela).
Embora haja um número excessivo de partidos registrados no
Tribunal Superior Eleitoral, apenas três influem decisivamente no Congresso:
PT, PMDB e PSDB.
O mês de março de 1994 é uma data marcante. Pela primeira
vez o PT superou o PMDB. O PSDB, com a vitória de FHC, atingiu 5 pontos e, no
fim dos oitos anos do tucano no poder, o partido nunca superou a preferência de
10% do eleitorado. É um partido de quadros sem enraizamento na sociedade. Nesse
período, PT e PMDB disputavam palmo a palmo a preferência.
O PT é o mais cotado. A vitória de Lula, em 2002, alavanca o
partido. Em 2010, chega a ter a preferência de 33% dos eleitores. O PMDB varia
em torno de 15 pontos e o PSDB, em 2007, atinge o pico de 9%.
A política sucumbe aos escândalos e os partidos entram em
declínio junto aos eleitores. Ninguém escapa. O PT despencou de 25%, em 2013,
para 16%, em 2014. O PMDB tem, em toda a sua história, o menor índice de
preferência do eleitorado: 2%. O PSDB conseguiu 5%.
Os partidos, medidos pela preferência do eleitor, estão em
declínio.

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