MPF quer cobrar das empresas dez vezes
mais do que o dinheiro efetivamente desviado da Petrobras até agora
por Mauro Santayana / http://www.redebrasilatual.com.br/
O
Ministério Público Federal acaba de propor que se multe as empresas envolvidas
com a Operação Lava Jato em mais de R$ 4 bilhões, quando o dinheiro
efetivamente desviado comprovadamente ainda não chegou a R$ 400 milhões. Querem
criar a figura de danos morais coletivos, além de multas, para chegar a mais ou
menos R$ 10 pagos pelas empresas para cada real desviado. Caso essa tese
prospere, vão quebrar todas as empresas, e transformar em sucata centenas de
bilhões de dólares em refinarias, portos, navios, complexos petroquímicos,
plataformas de petróleo que já estão sendo interrompidos e provavelmente serão
abandonados com a demissão – que começou no Sul – de milhares de trabalhadores.
A
pergunta é a seguinte: os R$ 4 bilhões cobrados vão conseguir cobrir esses
incalculáveis prejuízos do ponto de vista humano, econômico e estratégico ?
Fazer
isso equivaleria a incendiar a embarcação, com a tripulação – da qual faz parte
também o Judiciário – e os passageiros, a centenas de quilômetros da costa,
para se livrar dos ratos que estão no navio.
É
preciso, como já dissemos antes, sobre o mesmo tema, punir os culpados, sem
fazer o mesmo com a nossa estrutura produtiva, em um das poucas áreas em que
ainda conseguimos fazer alguma coisa além de soja e proteínas. Essas empresas
precisam, pelo menos, para o bem do Brasil, concluir os projetos que estão em
andamento, mas, uma a uma, já estão se inviabilizando, por falta de
financiamento e da interrupção de pagamentos pela Petrobras, conforme o script
de sabotagem geral contra o governo.
Isso,
sem essas multas que nunca foram aplicadas, antes, nessa mesma proporção, em
outros escândalos. Com elas vamos regredir 15 anos em petróleo e gás, e na
construção naval, demitindo milhares de trabalhadores, e voltar aos anos 1990.
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