Ela
Omar dos Santos
Neste último dia do ano em que a Ana Júlia foi inventada,
sonho sonhos de um novo ano para o Ano Novo.
Em meio a meu pessimismo com este mundo velho,
carrego, ainda, muita vontade de lutar,
contemplo este mundo velho, sonhando com um mundo renovado.
Nesta nessa névoa enxergo uma utopia de uma realidade onde
os legisladores brasileiros criem um pouco mais de vergonha na cara,
os governantes e administradores públicos lembrem-se da vergonha que impingem á suas mães e aos seus filhos,
os juízes tirem a toga e façam justiça,
os produtores rurais se lembrem que o veneno que vendem já envenenam seus filhos e vai matar seus netos,
os religiosos tenha fé e deixem de submeter seu Deus à suprema vergonha,
os jornalistas criem a consciência que lhes falta e deixem de ser lacaios do capital,
os industriais e comerciantes abram mão da ganância criminosa com que insuflam a fome e destroem a Terra,
o povo brasileiro seja mais honesto em seus princípios e solidário com sigo mesmo,
o golpista que usurpador do poder, peça perdão ao povo e saia de fininho.
É difícil, mas “utopia é igual à realidade que um povo não teve a coragem de realizar”.
Assim pensava Juscelino.
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