Cadê o(a) professor(a)?

Sandra Rabelo*

O(A) professor(a) não está na escola! Está na rua! Está na luta! Esses que estão ocupando as salas de aula não são professores. São seres acorrentados pelos seus interesses individuais. Não estão na escola pelos estudantes. Estão lá por se limitarem às suas fraquezas. Não enxergam a si mesmos e, lamentavelmente, não podem enxergar ninguém. Não são capazes de defender as suas justificativas de estarem na contramão da luta dos trabalhadores. Usam o pouco da criatividade que lhes restam para apontar culpados por estarem ali, envergonhando seus alunos e colegas de profissão. Os discursos são como figurinhas repetidas:

"Não faço greve porque já fiz muitas…" balela! Um lutador nunca desiste!

"Não faço greve porque não concordo com esse sindicato…" Idiotice! O Sindicato somos nós!  Se não concorda com quem o dirige, proponha mudanças, seja um agente dessa transformação! Quer você goste ou não, é essa a entidade que nos representa!

"Não faço greve porque não posso ficar sem salário…" Rsrsrs. Sério? Conta pra gente quem não tem contas pra pagar! "Não faço greve porque não posso repor aulas no sábado…” Aí fica difícil não ironizar! Repor aulas no sábado, pra nós, é sensacional! Professores grevistas adoram isso, até porque só eles podem abrir mão do sábado com a família para cumprir mais um dia de trabalho da longa semana. Isso é piada, só pode!

"Não faço greve porque blá, blá, blá, blá…." Dá até pra escrever um livro: manual das justificativas do fura greve.

ACORDA, PROFESSOR(A)!  Se é que tem um professor aí dentro desse corpo! É um legado de derrotas que você pretende deixar na sua história? Já parou pra olhar no fundo dos olhos dos seus alunos, intimidados, por você e por suas “armas” poderosas em tempos de greve? Nunca parou pra pensar em qual avaliação os seus alunos fazem de você, enquanto você os faz reféns de suas provas em plena greve?

Aí eu me pergunto: que ser humano é esse que compartilha comigo um dos espaços mais sagrados de uma sociedade que é a escola?

Venha pra luta, colega, ainda há tempo pra mudar o rumo da sua História! 

Sandra Rabelo

É professora na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal