sexta-feira, 28 de abril de 2017

A guerra nuclear e o fastio dos meios de comunicação brasileiros, por Gustavo Gollo

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A guerra nuclear e o fastio dos meios de comunicação brasileiros

por Gustavo Gollo

Ontem, 26 de abril, houve uma reunião dos senadores americanos, convocada pela Casa Branca, para uma preleção sobre a Coreia do Norte, com o secretário de estado, o secretário de defesa e o diretor da inteligência nacional americanos. A convocação extraordinária suscitou a suspeita de um pedido de autorização para a guerra nuclear, para um ataque contra a Coreia, e, eventualmente, contra seus aliados: China e Rússia. Como nada relevante foi divulgado sobre a reunião, podemos considerá-la tendo sido apenas um ato leviano e inconsequente, uma espécie de espetáculo com bichinhos amestrados, conforme descrição de um dos senadores. Mentes inquietas, no entanto, talvez arrisquem elucubrações sobre uma possível autorização secreta para o ataque.

Digna de menção foi a desconsideração da reunião pelos meios de comunicação brasileiros, que quase nada informaram sobre o fato. Tenha sido inconsequente, ou não, a reunião causou apreensão e curiosidade: para que, senão aprovar uma guerra, teriam sido convocados os senadores para a Casa Branca? Convém contrastar a irrelevância com que foi tratada a convocação, com o destaque dado dias antes à notícia de um místico predizendo uma guerra nuclear. O contraste me sugere a pretensão de transformar a temática “terceira guerra mundial”, no Brasil, em um tema místico e nada sério, uma futilidade digna apenas de fofoquinhas supersticiosas.

Além do referido evento, teve início ontem uma reunião do grupo ASEAN cuja perspectiva é de solução das desavenças relativas a questões territoriais no Mar da China, a solução dessa questão trará enorme tranquilidade, enquanto a indecisão sobre o tema pode ser motivo de conflito. No mesmo dia também ocorreram intensas manifestações de força norte-coreanas, e o início da implantação do polêmico sistema de mísseis THAAD pelos americanos na Coreia do Sul, sob fortíssimos protestos de chineses e russos. Outro evento digno de nota ocorrido no mesmo dia foi o lançamento ao mar, pelos chineses, de seu segundo porta-aviões, o primeiro construído por eles mesmos.

Dia estranho o de ontem, mas sem nada especial sob os olhares de nossos meios de comunicação. Por aqui continuam pintando um país paupérrimo, governado por um líder louco que não permite que seu povo coma gulodices nem assista a filmes americanos, justificativa para que todos por lá sejam arrasados, assassinados aos milhões e dispersados como refugiados pelo mundo.

Parem a guerra.

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