sábado, 23 de setembro de 2017

Gilmar Mendes: um voto de fuxico e sanha


Do Instituto João Goulart
http://jornalggn.com.br/

O Brasil estava atento mais uma vez a atual e permanente judicialização da política brasileira no julgamento pelo Supremo Tribunal Federal que está analisando o envio da segunda denúncia criminal contra o Presidente Temer, que terá ainda seu envio a Câmara Federal e que foi suspenso até a sessão de amanhã para sua conclusão.

O que estava em julgamento era se o STF autorizava desde já o envio da denúncia à Câmara dos Deputados ou retornava à Procuradoria Geral da República para esperar o fim das investigações e anulação da delação premiada feita pela JBS. O recurso do Presidente da Republica era para que a Corte Suprema suspendesse o envio a Câmara sem julgamento do mérito da denúncia.
Enfim, foi suspenso, faltando três votos, mas já definido, por sete votos a um, que a expectativa dos conspiradores e golpistas do Palácio do Planalto foi infrutífera.

O que se viu, entretanto nesse voto divergente, não só político das madrugadas sem agenda no Jaburu, mas altamente carregado de ódio e falta de postura jurídica de um ministro da mais alta Corte brasileira, foi uma balela de fuxicos e sanha de parte do Ministro Gilmar Mendes contra o ex-procurador Rodrigo Janot, que mais parecia uma peça homo afetiva shakespeariana, o que muito nos afeta, ao lembrar novamente da podridão de nossas instituições.

Nada mais temos de nobreza em nossa justiça, nada mais nos resta que a saudades de homens que a honraram. Hermes Lima, Evandro Lins e Silva, Vitor Nunes Leal, cassados pela ditadura nunca se dobraram e nem fizeram de seus cargos palanques políticos a serviço da conspiração contra a nossa Constituição, pegando caronas no avião presidencial e visitando palácios na calada da noite.

Outros que deixaram seus cargos, não cassados, mas por terem o brio de não concordar com a coisa errada como Gonçalves de Oliveira e Lafayette de Andrada, renunciaram por discordar das cassações da ditadura; ou mesmo Adaucto Lucio Costa que renunciou ao cargo por não admitir a censura previa.

O voto de hoje no Supremo Tribunal Federal, do Ministro Gilmar Mendes está mais para voto de júri de teatro de revistas do que que para voto da nobreza de um magistrado.

É melhor ler uma peça para teatro e fingir que isto não é uma republiqueta.
A peça de Shakespeare, ‘Dois primos nobres’ é uma boa ideia para comparar as ocasiões.


João Vicente Goulart
Diretor Instituto Presidente João Goulart-IPG

Nenhum comentário:

Postar um comentário