terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Limites e desatenções de Raquel Dodge, a PGR


Não se deve culpar a Procuradora Geral da República (PGR) por todos os pecados da Lava Jato.

Por exemplo:

1. Livrou o governador paulista Geraldo Alckmin de uma denúncia por escutas ilegais nos presídios. Alckmin foi envolvido por ser o chefe maior, o governador do Estado. Forçaram a barra, obviamente.
2. Não endossou o pedido da Polícia Federal de quebra de sigilo bancário de Michel Temer.

Está certa, ela. Golpista, chefe de organização criminosa, ou qualquer outra qualificação que se lhe dê, o fato é que Temer é presidente da República. Permitir a quebra de sigilo bancário de um presidente da República é conferir um poder abusivo à PF.

E fica-se nisso.

Nenhuma atitude contra vazamentos que continuam ocorrendo.

Nenhuma atitude mais drástica contra políticos tucanos. É vergonhoso que as informações sobre Paulo Preto tenham vindo espontaneamente da Suíça e até hoje ele não tenha sido incomodado.

Nenhuma medida contra outros operadores públicos do PSDB, como Márcio Fortes e Ronaldo César Coelho.

Nenhuma tentativa de abrir as contas de Verônica Serra, sabendo que um dos MO do pai consistia em lavar dinheiro através de seu fundo de investimento.

Está certo que a maior blindagem aos tucanos seja do seu principal amigo no STF (Supremo Tribunal Federal), o tal algoritmo, que joga todas seus casos para o mesmo Ministro Gilmar Mendes. Foram premiados sucessivamente Aécio Neves, Aloysio Nunes, José Serra e Cássio Cunha Lima.

De qualquer modo, Dodge comporta-se como seu antecessor, Rodrigo Janot, como caudatária da Lava Jato, o grupo constituído por juízes, procuradores, delegados e jornalistas.

Em um momento único na redemocratização, com intervenção militar, abusos de toda ordem, parcialidade, justiçamento, Raquel Dodge caminha para se tornar uma PGR irrelevante.

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