terça-feira, 29 de maio de 2018

Pedro Parente, o destruidor do Dharma, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Pedro Parente, o destruidor do Dharma, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Em auto autobiografia, o Dalai Lama narra o encontro que teve com Mao Tsé-tung. Disse o líder religioso e político dos tibetanos que após conversar durante algum tempo com o presidente chinês ficou convencido de que Mao era o destruidor do Dharma.

No contexto utilizado pelo Dalai Lama, a palavra Dharma significa a harmonia religiosa e política que existia entre as pessoas e a religião budista, entre ambas e o Estado tibetano e entre o Tibete e seus vizinhos.

Pedro Parente não é religioso, chinês ou comunista. Em razão da maneira como ele administra a Petrobras me parece pró-EUA do que simpatizante da China. Mesmo assim, me parece que ele pode ser comparado com Mao Tsé-tung tal como ele foi descrito pelo Dalai Lama.

Assim que assumiu a presidência da petrolífera brasileira, Parente cancelou as encomendas feitas aos estaleiros brasileiros. Ele também vendeu plataformas e equipamentos da Petrobras a preços irrisórios. Sob a batuta dele, a Petrobras passou a exportar petróleo cru, reduzir o refino de petróleo nas refinarias brasileiras e a importar gasolina e óleo diesel dos EUA. O resultado previsível foi a crise em que o Brasil se encontra.

Prejudicados, os caminhoneiros resolveram cruzar os braços e trancar as rodovias. Postos e aeroportos ficaram sem combustível. As gondolas dos supermercados começam a ficar vazias. As companhias de transporte reduziram os ônibus à disposição dos usuários e aos trabalhadores. Em razão de não receberem ração, as granjas podem entrar em colapso. Isso certamente acarretará desabastecimento e aumento do preço do ovo e da carne de frango. O abastecimento de gás corre o risco de ser interrompido em razão da greve dos petroleiros. 

Os prejuízos causados à economia brasileira estão sendo estimados em 10 bilhões de reais. Não tenho condição de calcular o tamanho do estrago, mas suspeito que ele será muito maior do que estão dizendo.

Portanto, creio que podemos dizer que Pedro Parente é o destruidor do Dharma do capitalismo brasileiro. Ele quebrou os estaleiros, está quebrando a Petrobras e vai quebrar muita gente antes de ser demitido. Nesse momento Parente se tornou um agente destrutivo mais importante do que o próprio usurpador. Michel Temer havia destruído apenas a democracia e o presidente da Petrobras será o responsável pela destruição do país inteiro.

Negar a realidade e a culpa do presidente da Petrobras não vai resolver a crise. Muito pelo contrário, nós temos razão de sobra para concluir que que a imprensa está cavando sua própria sepultura ao isentar Pedro Parente. Ele é culpado pelo que está ocorrendo e deveria ser afastado do comando da petrolífera brasileira e pessoalmente responsabilizado pelos danos que provocou.

Lula está preso, durante um bom período ficou incomunicável. Dilma Rousseff não comanda a política econômica do país há mais de dois anos. Apesar disso, alguns jornalistas resolveram culpar ambos para, de maneira indireta, inocentar o verdadeiro responsável pela crise. Proteger Pedro Parente neste momento, porém, é uma excelente maneira de aumentar o potencial destrutivo e agressivo do destruidor do Dharma do capitalismo brasileiro.

Mao Tsé-tung controlava sua imagem mediante a censura da imprensa. Isso permitiu-lhe invadir o Tibete dizendo que estava salvando os tibetanos de um regime feudal anacrônico e brutal. Pedro Parente não está em condições de censurar a mídia brasileira. Mesmo assim a imprensa se comporta como se a pessoa do presidente da Petrobras fosse tão intocável quanto a do líder comunista chinês nos anos 1950. Mao destruiu o Tibete e foi retratado como herói diante dos chineses. Parente está destruindo o Brasil com o apoio das empresas de comunicação que o retratam como vítima dos caminhoneiros e/ou das lideranças de esquerda.

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