segunda-feira, 7 de maio de 2018

Suíça mostra depósitos em contas de Paulo Preto em gestão Serra

    Foto Nocaute

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Jornal GGN - Depois de ter sido nomeado diretor de engenharia da Dersa, em São Paulo, após 43 dias, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, abriu quatro contas na Suíça, no banco Bordier & Cie, segundo documento enviado ao Brasil pelas autoridades do país. Ele foi nomeado por José Serra, quando governador de São Paulo pelo PSDB.

As operações ficaram mais ativas no período entre 2007 e 2009, no governo tucano, quando receberam 'numerosas entradas de fundos', segundo o comunicado do Ministério Público da Confederação Suíça.

Apontado como operador do PSDB, Paulo Preto tinha quatro contas com saldo de US$ 34 milhões. Ao alcançar este volume, o operador transferiu os recursos da Suíça para as Bahamas, no começo de 2017. O montante chega a R$ 121 milhões, corrigidos pela cotação do dia 4 de maio.

Paulo Preto transferiu o dinheiro pois estava sob investigação das autoridades que cuidam do combate à lavagem de dinheiro e poderia ter suas contas sequestradas. Ele foi preso em 6 de abril, na Lava Jato sediada em São Paulo, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões na obra do Rodoanel Sul.

Segundo matérias da Folha, a propina que pode ter sido entregue a Paulo Preto em seis diferentes obras da prefeitura e do governo paulista, em administrações tucanas, pode chegar a R$ 173 milhões.

Essas contas enviadas pelas autoridades suíças não são a únicas abertas por ele. Em 1993, ele e a mulher começaram a operar com o banco Bordier & Cie, com uma conta cada um. Mas os procuradores suíços não detalharam no documento o saldo dessas contas. Nesse período ele era diretor de assuntos especiais do Metrô, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho, e ocupou o cargo de abril de 1991 a janeiro de 1995. Na época, Paulo Preto aproximou-se daquele que é considerado seu padrinho político, Aloysio Nunes. O tucano, à época, era vice-goivernador e titular na Secretaria de Transportes Metropolitano.

Foi no governo Serra que o operador foi para a diretoria de engenharia, responsável por grandes obras que movimentavam cerca de R$ 4 bilhões, em 2007. Segundo a Folha apurou, Paulo Preto foi indicado por Aloysio, então chefe da Casa Civil e atual ministro das Relações Exteriores do governo Michel Temer (MDB).

Mas não foi a única vez que Paulo Preto esteve à frente da Dersa. Em 2005, foi designado para a diretoria de relações institucionais, que fazia a ponte entre prefeituras e investidores. Nesse caso, durante a gestão de Geraldo Alckmin, também do PSDB.

A defesa do operador tucano tentam transferir para o Supremo Tribunal Federal as apurações das contas, alegando que o documento chegou de maneira ilegal ao Brasil e pedindo a anulação da cooperação. Até agora nenhum recurso do tipo foi aceito, mas está em análise.

O documento atual detalha as contas, que foram abertas em nome de uma empresa criada no Panamá, a Groupe Nantes Ltd., com três pessoas autorizadas a movimentá-las: Norman Albert Barr e Janet Lynne Empey, ambos canadenses, e o operador Paulo Preto.

Barr, segundo consta, é um profissional que costuma emprestar seu nome para empresas offshores, muitas usadas em lavagem de dinheiro. 

O advogado de Paulo Preto não comentou o documento suíço. Aloysio Nunes nega o apadrinhamento, que não o indicou para a Dersa.

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