quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Fachin, arma da Globo para bombardear Lula

José Cruz/Agência Brasil


A jogada suja do ministro Fachin de misturar, num saco só, pedido pela liberdade de Lula com pedido de julgamento da inelegibilidade do presidente, como se fossem demandas idênticas, univitelinas, e jogar a decisão para o plenário do STF, é pura sacanagem jurídica. 

Ela faz a festa da Rede Globo, ao abrir polêmicas sem fim nas interpretações das filigranas, para encher lingüiça. 

Desvia a campanha eleitoral dos problemas reais, o desemprego, a fome e a destruição de direitos sociais e econômicos assegurados pela Constituição etc.

A judicialização da política pelo judiciário golpista, para manter Lula preso, candidato imbatível, cria a alienação mental em meio ao carnaval eleitoral.

A aparência substitui a essência como o principal, colocando o acessório em seu lugar. 

Prioridade invertida

A carnavalização jurídico-eleitoral reforça o foco na corrupção e na necessidade de manter viva e forte a Operação Lavajato, suspeita, dados indícios cada vez mais potentes, de ter sido montada nos Estados Unidos, para armar o golpe contra o nacionalismo lulista-dilmista-petista e evitar opção geoestratégia pelos BRICs, adversários de Tio Sam.

Produzindo controvérsias em cima de controvérsias, o judiciário desvia atenção, com ajuda ideológica da mídia do pensamento único, capitaneada pela Globo.

Descarta o problema principal, a política econômica que concentra renda da população para sustentar a agiotagem bancária no financiamento da dívida pública nacional, e coloca-se no seu lugar combate à corrupção como salvação nacional.

Lula é temido porque livra a sociedade da alienação pela pauta neoliberal antinacional amplamente apoiada pela mídia partidarizada, oligopolizada, serviçal do mercado financeiro especulativo. 

Lula, sobretudo, é resistência social contra a recessão neoliberal.

Mantê-lo silencioso e criar interpretações variadas da fala dele para confundir a opinião pública vai se tornando prioridade da mídia conservadora, para desidratar a candidatura alternativa Haddad-Manuela.

Fugir da realidade é a palavra de ordem neoliberal.

Essa fuga se expressa na prioridade ao discurso moralista; defender que a corrupção está dentro do estado e não no mercado financeiro que o domina, eis o jogo despistador neoliberal midiático.

Fachin é importante, pra direita golpista, por estar sendo capaz de manter, com a sua estratégia jurídico-alientante, a preponderância do surreal no lugar do real.
A judicialização política manipula o processo eleitoral.

César Fonseca

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