PF não se empenhou um milímetro para mostrar a montanha de dinheiro de Paulo Preto, diz Jânio de Freitas

O jornalista Jânio de Freitas, em sua coluna neste domingo na Folha, fala sobre o dinheiro vivo de Geddel Vieira Lima e o montante acumulado por Paulo Preto, testa de ferro de Aloysio Nunes e José Serra.
Cem milhões de reais em dinheiro vivo e enfurnado domesticamente são o dobro do encontrado na caverna de Geddel Vieira Lima, mas não tiveram nem a metade, longe disso, do tratamento dispensado aos R$ 51 milhões.
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Com perceptível contrariedade, e só para não perder um momento de autopromoção, a PF só conseguiu dizer que uns R$ 100 milhões eram escondidos por Paulo Preto, menos conhecido como Paulo Vieira de Souza, em São Paulo. Mas a questão não é geográfica.
A distinção está entre o que uma polícia honrada não pode ser, nem fazer, o que outras se permitem. E ainda entre o que um Ministério Público, com seus procuradores e promotores, tem que fazer por sua altivez e respeitabilidade, e o que outros fazem em exibicionismos e facciosismo.
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Em tradução simplificada dessas distinções, para aplicação aos dois tesouros achados e respectivos tratamentos, basta relembrar que Geddel Vieira Lima e família são do MDB, ao passo que Paulo Vieira de Souza é gente de confiança no PSDB que a Polícia Federal —já por tradição notória— acoita desde o início do governo Fernando Henrique.
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Parte relevante do sistema que distinguiu o PSDB, Sergio Moro é nada menos do que o ministro da Polícia Federal.
União perfeita, portanto, de tradições e de futuros esperáveis. Tão cuidadosa, que Sergio Moro tratou logo de entregar a chefia do “combate ao crime organizado” a Igor Romário de Paula. Delegado e apoiador de primeira hora do então candidato do PSDB, Aécio Neves, dele fez propaganda nas redes de internet em ostensivo desacato ao regulamento da PF e do funcionalismo público –mas seguro da impunidade.
Está entendido, assim, como R$ 50 milhões da corrupção valem mais do que uma corrupção de R$ 100 milhões.
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