Publicado por Kiko Nogueira
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Bolsonaro e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo
A mídia brasileira — e, por extensão, a parte da elite que ela representa — tem um fetiche pelas Forças Armadas.
Janio de Freitas, em sua coluna de hoje na Folha, diz que Jair Bolsonaro “faz mal à instituição”.
“Os militares precisam fazer um exame honesto e profundo de sua relação com o país”, escreve. “Sem isso, sua caracterização militar será sempre um rascunho e sua autoimagem sempre ilusória.”
Por que o fariam? Por que estariam tão preocupados com “exame honesto e profundo”? Quem tem autoimagem é a Ivete Sangalo.
Marvel Pereira cravou numa coluna que Bolsonaro convidou os generais ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para acompanhá-lo no protesto em que ele cuspiu perdigotos golpistas em Brasília.
Segundo Merval, ambos se recusaram “por considerarem que a presença deles sugeriria que o Exército avalizava a manifestação”.
No mesmo dia, Ramos foi ao Twitter acusar Merval de “publicar fatos INVERÍDICOS” e desmenti-lo.
O jornal dos Marinhos publicou no sábado, dia 25, uma longa matéria sobre a suposta consternação da caserna com a saída de Sergio Moro.
Não tem nada concreto. Só papo furado.
O fato é que o ministro da Defesa, general Fernando Azevendo e Silva, que tem ascendência hierárquica sobre os comandantes forças, estava ao lado do presidente no discurso lelé em que ele se defendeu de Moro.
Não há o menor sinal de uma debandada militar. Muito pelo contrário.
É paradoxal. Espera-se que os milicos, que deram um golpe em João Goulart, façam o mesmo com Bolsonaro.
Apela-se a um sentimento comum ou a uma consciência coletiva e monolítica. Eles virão para nos salvar em alazões brancos.
Elio Gaspari, amigo de Golbery e herdeiro de seus arquivos, ajudou a consolidar a mitologia em torno dessa turma com seus tomos sobre a história da ditadura.
O buraco é mais em cima. Os fardados que acompanham Bolsonaro querem cargo, dinheiro, poder e influência. Se possível, até amor verdadeiro.
Desde a redemocratização, não tinham tanta mamata. Há mais deles no governo, em postos chaves, do que entre 1964 e 1985.
Grana, fama, moleza, seguranças, puxa-sacos garantidos por Bolsonaro.
Por que abririam mão? Por causa da Thaís Oyama? Do Merval? Pela pátria?
Onde mais o vaidoso pequeno Heleno teria tantos holofotes? Sujeito tem gabinete, serviçais, prestígio e voz.
Geisel definiu Bolsonaro como “mau militar”. O capitão era um “bunda suja”, no jargão da corporação.
Tudo verdade — mas é o que eles têm. Es lo que hay.
O projeto nacionalista de 64 não existe mais. Agora eles querem se dar bem como os civis.
O vice Hamilton Mourão resumiu com simplicidade a questão do ex-ministro da Justiça: “Perder Moro não é bom, mas vida que segue”. É isso.
Enquanto o pixuleco garantido por Bolsonaro estiver pingando, ninguém vai romper a ordem unida.
O que é isso Merval?
Respeito a liberdade de imprensa! Sempre respeitarei. Mas daí publicar fatos INVERÍDICOS, me obriga a usar as redes para DESMENTIR essa história. Em momento algum o nosso Pres Bolsonaro convidou a mim e ao ministro Fernando para a manifestação de domingo.
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