Mesmo recebendo R$ 15 bilhões da ANS, planos de saúde se negam a assumir a prorrogação do uso dos convênios pelos inadimplentes em plena pandemia
Médicos analisando chapa do pulmão – foto: arquivo DCO
Os donos dos planos de saúde demonstram, em plena pandemia, o quanto desprezam a vida de seus clientes.
Matéria publicada em O Globo de ontem (25) informa que a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) recusou assinar termo de compromisso com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para receber R$ 15 bilhões das “reservas técnicas das operadoras para uso no combate à pandemia de covid-19” em troca de atender os conveniados inadimplentes no período da pandemia.
Dos 47 milhões de usuários de planos de saúde, 18.8 milhões são ligados a FenaSaúde, ou seja, 40% dos usuários dos planos existentes no país.
Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que representa outros 40% do mercado de saúde suplementar, dexou nas mãos das empresas a adesão ou não à proposta da ANS, mas adiantou que a maioria não assinará o termo de compromisso.
Os exploradores da população que se utilizam da rede particular de saúde se negam a assumir qualquer compromisso de conceder um período maior aos seus conveniados. De acordo com a ANS seria de: assumir o compromisso de manter a cobertura ou deixar de cancelar contratos inadimplentes de forma indistinta até 30 de junho.
Segundo a lei atual, as operadoras podem romper o contrato de planos de saúde individuais e familiares depois de 60 dias de atraso. No caso dos contratos coletivos, a negociação é feita entre as empresas. (O Globo – 25/04/2020)
A proposta da agência reguladora é que as empresas se comprometam a envidar esforços para renegociar as dívidas acumuladas durante a pandemia, além de garantir que não suspenderão contratos inadimplentes até 30 de junho.
O direito à saúde que deveria ser pública para toda a população está servindo para forçar os milhões de conveniados a pagarem, mesmo que uma grande parcela não estejam em condições de realizar o pagamento, que podem estar sem emprego, devido ao enorme número de demissões que estão acontecendo no país. em determinadas faixas etárias podem ultrapassar R$ 1.000,00. Apesar de ser um direito dos que se utilizam dos planos de saúde, para os donos desses planos, o lema é, ou paguem, ou morram em casa.
Hospitais se negam a oferecer leitos
As federações dos exploradores da saúde, não só querem dar assistência aos seus clientes que, neste momento se encontram impossibilitados de arcarem com mensalidades de planos de saúde, eles que dominam o sistema de saúde privado no país também negam ceder leitos de UTI aos governos e prefeituras.
A mesma FenaSaúde defende que os leitos não sejam repassados, de acordo com ela, “adoção de uma fila única vai apenas criar uma disputa por leitos, em que os que dependem exclusivamente do SUS passarão a ter também a concorrência dos que possuem planos de saúde. Não vemos como uma proposta desta natureza possa ajudar no combate à pandemia, sendo certo que as vagas no sistema privado também tendem a caminhar para a exaustão num futuro próximo”. (Exame – 22/04/2020)
Outra entidade que quer ver milhões perecer, diante da pandemia do coronavírus, Associação Nacional de Hospitais Privados afirma que, sem planejamento, a medida “trará consequências adversas, prejudiciais ao sistema em um todo, já que os hospitais privados serão obrigados a lidar com múltiplas requisições de seus leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”. (Exame – 22/04/2020)
Nos pronunciamentos das entidades tanto dos hospitais particulares quanto dos planos de saúde não difere em nada do atual ministro da saúde que tem como ideia, pelo menos, a de escolher pela morte de um ou de outro, tomando como exemplo o pronunciamento em um vídeo, onde diz: “você vai ter que fazer escolhas. Vai ter que definir onde vai investir. Se eu tenho uma pessoa mais idosa, que tem uma doença crônica, avançada, e ela teve uma complicação, para ela melhorar, eu vou ter que gastar praticamente o mesmo dinheiro que eu vou ter que investir num adolescente que está com um problema”.
Essa é também a política do governo do fascista Jair Bolsonaro que é defensor da liquidação do SUS e da privatização da saúde no país, não precisa dizer porque escolheu, no momento de pandemia do coronavírus, um empresário dos planos de saúde. Bolsonaro está dando continuidade aos ataques proferidos pelo golpista Michel Temer, com a Emenda Constitucional 95/2016 que congelou em 20 anos os gastos com a saúde no país e, complementando tal situação, Bolsonaro, o governo cortou 4,3% do orçamento da saúde. Com a política dos patrões, exploradores da saúde e o governo golpista pode levar uma gama enorme à morte, principalmente dos trabalhadores e a população explorada.
Contratação imediata de todo o pessoal da saúde necessário para enfrentar a crise
Aumento do número de leitos nos hospitais públicos
Distribuição gratuita da máscaras, luvas, álcool e remédios Formação de conselhos populares de fiscalização do serviço de saúde
Estatização de todo o sistema de saúde
Estatização dos laboratórios
Estatização da produção de equipamentos de saúde
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