Arrogância e cinismo são a marca da conversa, vazada em áudio, de André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, com executivos de finança na semana passada e publicada pelo Poder360.
Põe-se na posição – nada irreal – de oráculo das autoridades públicas, que o consultam para saber o que fazer.
Diz que o presidente do Banco Central (‘independente’), Roberto Campos Neto, vai perguntar-lhe sobre a menor taxa de juros possível (lowerbound), que o presidente da Câmara, Arthur Lira (na prática o condutor da política fiscal) quer saber dele “o que se faz” agora e que Paulo Guedes, apesar de tudo, está fazendo bem os cortes das despesas públicas.
E mais ainda: que não será um problema se Lula for eleito e, por conta da “independência” do BC, Campos Neto permanecer lá por mais dois anos ,“o que será ótimo para o Brasil”.
Ao longo de uma hora, nenhum sinal de pânico com a desgraça econômica do país, com a fome grassando, com queda do poder de compra da população.
Claro, para executar uma política diversa e até oposta àquela que tiver sido legitimada nas urnas, esta bobagem diante da “democracia do capital”.
É óbvio que governantes devem conversar com agentes econômicos como são os dirigentes de bancos, mas não só com eles e muito menos aos cochichos e pedindo “orientação”.
Mas, neste governo, não há diálogo com ninguém mais e até mesmo grupos “queridinhos” do presidente da República, como os caminhoneiros, dizem que só recebem “conversa fiada”.
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