Fontes: Mundo do Trabalhador
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O procurador-geral de New Hampshire, John Formella, abriu um processo contra Walmart, Walgreens, CVS, RiteAid e outras farmácias por não rastrear prescrições de opióides e por não tomar medidas contra prescrições de opióides possivelmente desnecessárias, fraudulentas ou fraudulentas. Os gerentes das farmácias têm ocultado a falta de acompanhamento das prescrições, agravando esses crimes contra a classe trabalhadora.
Na era do COVID-19, o vício em opioides aumentou, assim como as mortes por opioides. Em 2020, 92.000 vidas foram perdidas para os opióides, e muitas outras foram destruídas por eles. (Instituto Nacional de Abuso de Drogas)
Fabricantes de analgésicos como a Purdue Pharma – fabricante de OxyContin (oxicodona) – são uma das principais fontes da epidemia de opióides e overdose. Essas empresas mentiram consciente e deliberadamente sobre a natureza viciante de seus analgésicos. Os médicos que prescreveram os medicamentos dessas empresas receberam propinas e recompensas por sua capacidade de vender mais analgésicos. (“Purdue Pharma culpado em mortes por opióides”, Mundo Obrero, 26 de outubro de 2020)
As cadeias de farmácias devem ter rastreado a prescrição excessiva e relatado suspeita ou prescrição excessiva às autoridades para investigação. Isso não aconteceu. Em vez disso, como o procurador-geral Formella colocou, as farmácias atuaram como "o último elo" na cadeia de fornecimento de opiáceos.
Processos contra farmácias e empresas 'tráfico'
New Hampshire não é o único estado que entrou com ações judiciais contra farmácias. Dois condados do estado de Ohio já entraram com ações judiciais contra Walgreens, Walmart e CVS. Essas demandas foram bem sucedidas, embora outro processo judicial determinará quais danos terão que ser pagos.
CVS, Walgreens e Walmart rejeitaram a decisão, dizendo que não era "culpa deles". Dados os resultados de outros processos judiciais sobre opiáceos, há uma chance de que as três gigantes farmacêuticas e seus proprietários saiam impunes de seus crimes contra a classe trabalhadora.
Por exemplo, a família Sackler - proprietária da Purdue Pharma e fundadora da Mundipharma - recebeu imunidade em seu caso de falência em Nova York, embora tenham se beneficiado financeiramente da prescrição excessiva de OxyContin.
Ativistas - incluindo ex-viciados em opiáceos - protestaram contra a concessão de imunidade aos Sacklers e seus agentes. O Departamento de Justiça e vários procuradores-gerais de outros estados protestaram contra a decisão, dizendo que as pessoas prejudicadas pela prescrição excessiva de OxyContin e outros analgésicos opióides tinham o direito de processar os responsáveis por seu sofrimento.
Sejam os fabricantes de opióides - Purdue Pharma, Teva Pharmaceuticals, Johnson & Johnson e outros - ou os distribuidores de opióides - Walmart, Walgreens, CVS, Rite Aid e outros - a cadeia de fluxo de opióides pode ser rastreada através de todos eles.
Quem é o bode expiatório para o uso de drogas?
Negros e pardos pobres, juntamente com brancos pobres, são rotulados como a principal causa da crise de opióides, porque alguns deles tiveram que recorrer ao tráfico de drogas de baixo nível para sobreviver. Mas não foram eles que criaram a crise, longe disso. A burguesia dos fabricantes e distribuidores de medicamentos e a pequena burguesia dos médicos e farmacêuticos são os criadores da crise dos opiáceos.
As pessoas que se tornaram viciadas não receberam bilhões em lucros com a venda de opióides, nem receberam comissões e recompensas pela prescrição de drogas. Mas os trabalhadores pobres de todas as nacionalidades foram ridicularizados e presos como bandidos viciados em pílulas.
A "Guerra às Drogas" é uma mentira. Se a Guerra às Drogas fosse realmente uma guerra às drogas, os Sacklers da Purdue Pharma, os gerentes corporativos da Teva Pharmaceuticals, os Waltons donos do Walmart, os proprietários e CEOs da CVS e inúmeros outros estariam algemados e presos. Eles seriam forçados a entregar seus ganhos em dinheiro de sangue ao povo. Eles receberiam sua justa punição por terem matado e drogado tantas pessoas.
Em vez disso, a “Guerra às Drogas” continua a visar negros, pardos e brancos pobres como se fossem os responsáveis. Eles continuam sendo presos e mantidos em sistemas prisionais, punidos por “crimes” de baixo nível dos quais os mais ricos escapam e trabalham por centavos ou nada, sem chance de treinamento profissional significativo.
A guerra às drogas continua. Nosso trabalho é exigir que juízes e promotores punam os verdadeiros culpados pela epidemia de opiáceos e overdose: empresas farmacêuticas e farmácias.
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