terça-feira, 11 de junho de 2024

O Clube Bilderberg, a cimeira secreta que governa o mundo?

Fontes: O diário restante

Por Diego Sacchi
rebelion.org/

Um clube que realiza uma cimeira secreta anual reúne ultra-ricos, políticos e militares. A lista de convidados parece um conspirador dizendo quem governa o mundo. Qual é o objetivo?

Diego Sacchi falou sobre esses temas em sua coluna de notícias internacionais no programa de rádio El Círculo Rojo, que vai ao ar todas as quintas-feiras, das 22h à meia-noite, na Rádio Con Vos.

No passado fim de semana realizou-se em Madrid uma reunião que reuniu 130 empresários ultra-ricos, líderes políticos e especialistas da indústria, finanças e meios de comunicação social.

O que há de diferente em relação a outras reuniões, por exemplo, o Fórum de Davos? A imprensa não tem acesso e as Reuniões são realizadas sob as Regras de Chatham House, não podendo ser revelada a identidade ou afiliação do(s) orador(es) ou de qualquer outro participante.

Este é o Clube Bilderberg, seu nome vem do hotel onde aconteceu o primeiro encontro, na Holanda, em 29 de maio de 1954.

O propósito declarado para a fundação do Clube era "dar um nó em torno de uma linha política comum entre os Estados Unidos e a Europa em oposição à Rússia e ao comunismo".

Aqueles que participam?

Fundadores e executivos de empresas como Musafa Suleyman (Microsoft IA), Albert Bourla (Pfizer), Jane Fraser (Citigroup), Charlene de Carvalho (Heineken), Demis Hassabis (Google DeepMind), Kasia Kieli (Warner Bros), Patrick Pouyanné (TotalEnergies), Wael Sawan (Shell) ou Christian Sewing (Deutsche Bank), para citar alguns.

Funcionários de alto nível, como o presidente do Banco Europeu de Investimento; o Presidente do Eurogrupo, Subsecretário-Geral Adjunto para a Inovação da OTAN, James Appathurai; Børge Brende, presidente do Fórum Económico Mundial, o comandante-geral do Exército dos EUA na Europa, Christopher G. Cavoli ou o diretor de Tecnologia e Segurança Nacional dos EUA, Tarun Chhabra.

Em suma, empresários e executivos ultra-ricos, funcionários dos mais altos níveis da Europa e dos Estados Unidos, juntamente com militares de alta patente, debatendo para onde o mundo está a ir.

O que o Clube está debatendo?

Em 2009, encontrou-se na Grécia com a crise da dívida dos países do sul da Europa como chave central. Em 2017 debateram para onde ia o governo de Donald Trump e em 2018 o populismo na Europa.

O site do Clube resumiu a agenda deste ano com palavras-chave: Estado da IA, Segurança da IA, o futuro da guerra, panorama político americano ou Ucrânia e o mundo.

Para se ter uma ideia, a revista Time chamou a Ucrânia de “um laboratório de guerra de IA”, e o The Economist descreveu o território como “um campo de testes para empresas como Anduril e Palantir”.

Note-se o detalhe de que nem as palavras Gaza nem Israel aparecem na agenda, mostrando o zero interesse deste grupo de empresários e altos funcionários no genocídio contra a população palestina.

O Clube Bilderberg não é um grupo de conspiradores, ao estilo de um thriller, é a sala de reuniões da aliança ocidental que procura moldar a grande estratégia.

Os políticos e os soldados serão responsabilizados, não perante os milhões que são afetados todos os dias pelos ajustamentos ou pela guerra, mas perante um pequeno grupo de grandes empresários que beneficiam das suas ações.

Diego Sacchi. Nasceu em Buenos Aires em 1977, filiado ao Partido Socialista dos Trabalhadores desde 1994. Jornalista, editor da seção Internacional do La Izquierda Diario e colunista de temas internacionais do programa de rádio El Círculo Rojo. @sac_diego



 

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