terça-feira, 30 de julho de 2024

Jeffrey Sachs revela como as sanções estadunidenses destruíram a economia venezuelana


"Essa é uma catástrofe amplamente criada pelos EUA, porque, como foi dito anteriormente, esta é uma estratégia de tudo ou nada", disse o economista em 2019


O economista Jeffrey Sachs, professor e especialista em desenvolvimento internacional, dissecou durante uma entrevista, em 2019, os efeitos das sanções dos Estados Unidos sobre a economia da Venezuela. O vídeo voltou circular nas redes sociais devido à crise política vivida atualmente pelo país em decorrência do resultado das eleições, que reelegeu o presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato.

Na entrevista, Sachs observa que as as sanções impostas pelos EUA em 2017 pelo então presidente Donald Trump, “impediram, essencialmente, o país de acessar mercados internacionais de capital e a empresa de petróleo de reestruturar seus empréstimos, o que levou a Venezuela a uma hiperinflação. Isso foi o colapso total. Os ganhos com o petróleo despencaram, os ganhos que são usados para comprar alimentos e medicamentos colapsaram. Foi então que a crise humanitária social saiu de controle”.

“E, neste ano, com essa ideia muito ingênua, muito estúpida, na minha opinião, de que haveria esse presidente autoproclamado, tudo coreografado muito de perto com os Estados Unidos, houve uma nova rodada de sanções ainda mais severas, essencialmente confiscando os ganhos e os ativos do governo venezuelano”, completou, em referência ao autoproclamado presidente venezuelano Juan Guaidó.

“Agora, a Venezuela está em uma catástrofe completa e total, muito disso provocado pelos Estados Unidos, criando deliberadamente um sofrimento massivo. Sabemos que há fome. Sabemos que há uma incrível escassez de suprimentos médicos. Só podemos imaginar, porque realmente não saberemos até que a poeira assente e estudos cuidadosos sejam feitos, quantas mortes em excesso ocorreram”, destacou Sachs.

Ainda segundo ele, “em um contexto como esse, essa é uma catástrofe amplamente criada pelos EUA, porque, como foi dito anteriormente, esta é uma estratégia de tudo ou nada. O que os EUA, o que Trump simplesmente não entende, e o que Bolton [John Bolton, ex-conselheiro de Segurança nacional do governo Trump], claro, nunca concorda, é a ideia de negociações. Esta é uma tentativa de derrubada. É muito grosseira. Não está funcionando e é muito cruel, porque está punindo 30 milhões de pessoas", afirmou o professor.

 


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