quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Críticas de Glenn Greenwald a Alexandre de Moraes precedem novo ataque via Folha

Glenn Greenwald tem usado seu novo programa no Rumble para questionar ações de Alexandre de Moraes e dizer que Brasil vive sob regime de censura. Foto: Reprodução/Rumble

Obcecado pela 1ª Emenda americana, Glenn nunca escondeu sua implicância com ações do STF contra seus detratores e golpistas

Cintia Alvesjornalggn@gmail.com
jornalggn.com.br/

Glenn Greenwald é um jornalista que dispensa apresentações. Reconhecido mundialmente, deixou uma marca pessoal no Brasil quando liderou o projeto local do site The Intercept, que depois fez história ao comprovar, via vazamento de mensagens de Telegram, o conluio entre juízes e procuradores que atuaram na Operação Lava Jato.

Agora, Glenn assina, ao lado de Fábio Serapião, uma serie de reportagens na Folha de S. Paulo que acusa o ministro Alexandre de Moraes de supostamente “escolher” alvos para investigar no inquérito das fake news, e de demandar, “fora dos ritos processuais”, relatórios ao TSE para embasar suas decisões no STF, sem que essa iniciativa tenha ficado clara nos autos.

Jornalisticamente falando, é preciso observar que Glenn Greenwald embarca nessa jornada com a Folha bem longe da isenção. Ao contrário, carrega uma bagagem pesada de críticas a Moraes e ao Poder Judiciário.

Glenn nunca escondeu de ninguém sua preocupação com o inquérito das fake news. Advogado constitucionalista, desde o início ele questiona se o STF está exorbitando ao investigar e julgar seus detratores. Vem propagando mundo afora a ideia de que Moraes exerce poderes demais e que o Brasil vive sob um regime de “censura”. Foca nisso escolhendo ignorar a “big picture”, onde houve uma tentativa real de golpe envolvendo setores militares para manter Jair Bolsonaro no poder.

A obsessão de Glenn é, sim, com a 1ª Emenda da Constituição americana, onde a liberdade de expressão está acima de tudo, mesmo que a extrema-direita use disso como uma brecha para deteriorar a democracia com sua fábrica de discursos de ódio, fake news e ataques às instituições.

Não à toa, recentemente o jornalista saiu em defesa até de Elon Musk, que atacou Moraes e ao Poder Judiciário brasileiro, afirmando que não iria mais obedecer ordens judiciais para suspender usuários da rede X.

Em 2023, Glenn fez uma postagem que caberia perfeitamente na quadra atual, ao dizer que sua “preocupação com o poder judicial excessivo, a falta de devido processo legal e a politização do Judiciário sejam valores bolsonaristas. Na verdade, esses são os mesmos valores que me fizeram querer ir para a cadeia para relatar a Vaza Jato.”

Mas não se trata, conforme alertam profissionais do Direito, de uma equivalência entre o inquérito das fake news e a Lava Jato. Alexandre de Moraes não é Sergio Moro.

Folha, por sua vez, parece ignorar a linha temporal dos fatos e outras provas que sustentam o inquérito. Estende a mão agora a figuras como o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, que usou de seu espaço na Jovem Pan para ajudar os militares golpistas. Coloca este e outros investigados na falsa condição de alvos “escolhidos” por Moraes, como se fossem vítimas de uma perseguição pessoal do ministro, e não se suas próprias palavras.

No que publicou até agora, Folha peca em não informar ao seu leitor que juízes do TSE têm poder de polícia e podem fazer investigações ativamente. Também não explica que nenhum ato atribuído a Moraes, que presidia tanto o STF quanto o TSE, configura, necessariamente, uma ilegalidade. O ataque frontal às ações de Moraes reverbera muito mais no meio político que jurídico, e por isso é temerário.



Um comentário:

Maribel Dias Kroth disse...

Glem foi tratado com tanto carinho e respeito pela militancia Petista, não entendo o furor do seu comportamento agressivo e doentio!