segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Narrativa de "competição pelo poder" antes da reunião do PIF expõe a estreiteza de espírito ocidental: especialista

O príncipe herdeiro de Tonga, Tupouto'a 'Ulukalala (centro à esquerda), o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres (centro à direita) e líderes participam da 53ª Reunião de Líderes do Fórum das Ilhas do Pacífico em Nuku'alofa, Tonga, em 26 de agosto de 2024. A reunião será realizada entre 26 e 30 de agosto. Foto: IC

Por Zhang Han


Enquanto os líderes dos Países Insulares do Pacífico (PICs) se reuniram na segunda-feira em Nuku'alofa, capital de Tonga, para discutir e responder aos desafios da região, incluindo mudanças climáticas e crescimento econômico, a parceria com a China se tornou um tópico inevitável na agenda.

Analistas disseram que a cooperação ganha-ganha dos PICs com a China em todas as áreas, incluindo infraestrutura, pesca, redução de desastres e alívio da pobreza, responde ao apelo mais urgente dos PICs por desenvolvimento. Analistas criticaram a lente estreita de alguns países de "competir pelo poder" para entender a presença da China no Pacífico Sul.

A 53ª Reunião de Líderes do Fórum das Ilhas do Pacífico (PIF) começou na segunda-feira e durará até sexta-feira com a participação de 18 membros, bem como parceiros de diálogo.

Como anfitriã, a visão de Tonga para este ano é ir além da deliberação política para a implementação. "Precisamos de muito mais ação do que apenas palavras", disse o Primeiro-Ministro de Tonga e novo presidente do Fórum, Hu'akavameiliku Siaosi Sovaleni, informou a Rádio Nova Zelândia na segunda-feira.

O principal local da reunião do PIF, o Estádio Coberto da Escola Secundária de Tonga, foi construído com a ajuda do governo chinês e inaugurado em 22 de agosto, informou a Xinhua.

O Global Times soube pela Universidade de Liaocheng, na Província de Shandong, no leste da China, que enviou uma delegação às Ilhas Salomão e Vanuatu em meados de agosto, que as comunidades locais precisam urgentemente de modernizar a infraestrutura e garantir o fornecimento de energia para liberar o potencial econômico.

Pesca, turismo e energia limpa estão entre as áreas de cooperação, disse Liu Jianfeng, professor do Centro de Pesquisa para Países Insulares do Pacífico da universidade, ao Global Times.

Estradas, aeroportos e outras infraestruturas básicas podem estabelecer a base para o crescimento, com base no qual os PICs podem explorar seu próprio caminho único de desenvolvimento, disse Chen Hong, diretor executivo do Centro de Estudos da Ásia-Pacífico da Universidade Normal do Leste da China.

Um exame mais detalhado dos programas de cooperação bilateral descobre que eles estão focados principalmente em áreas relacionadas ao alívio da pobreza, redução de desastres e meios de subsistência das comunidades locais, disse Chen ao Global Times.

Quanto à mudança climática — o maior desafio dos PICs — o comprometimento e a vantagem tecnológica da China nessa área também são o motivo pelo qual os países regionais confiam e estão dispostos a cooperar com a China, disseram analistas.

Os PICs podem encontrar motores de crescimento interno por meio da cooperação com a China, em nítido contraste com a abordagem ocidental caracterizada pela exploração "colonial" de recursos locais sem cultivar capacidades de desenvolvimento sustentável, disse Chen.

Chen Xiaochen, do mesmo instituto que Chen Hong, citou o exemplo da cooperação da China com Papua Nova Guiné para estabelecer um complexo local de processamento de frutos do mar.

O projeto pode ajudar a industrialização local, mas a mídia australiana alegou que ele "colocaria em risco a segurança da fronteira e a pesca comercial", que eram velhas desculpas usadas para atacar a presença da China na região, disse Chen Xiaochen.

São os EUA e a Austrália que estão presos na narrativa da "competição geopolítica China-EUA" e que não conseguem entender o conceito de "Sul Global", ou a aspiração da China por prosperidade comum e visão de comunidade com um futuro compartilhado, disse Chen Hong.

Essa mentalidade da Guerra Fria não pode impedir os PICs de aproveitar as oportunidades trazidas pela China, mas apenas afastará os EUA da cooperação não exclusiva da China com a região, disseram analistas.



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