Com atrasos no orçamento da ONU, EUA voltam a dar exemplo negativo de 'liderança internacional'

Ilustração: Chen Xia/GT

Por Global Times

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Recentemente, o porta-voz adjunto do secretário-geral das Nações Unidas, Farhan Haq, revelou que os EUA devem atualmente um total de US$ 2,8 bilhões, dos quais US$ 1,5 bilhão é para o orçamento regular da ONU. Como um dos membros mais importantes da ONU, o não pagamento dos EUA mais uma vez dá um exemplo negativo de "liderança internacional".

Como a maior economia do mundo, o fracasso de longa data dos EUA em pagar suas taxas da ONU não pode ser ignorado. Para uma superpotência capaz de gastar bilhões de dólares para apoiar guerras, os US$ 2,8 bilhões devidos à ONU parecem ser um valor insignificante. A atitude seletiva reflete a posição dos EUA sobre as regras internacionais: eles apoiam aqueles que atendem aos seus próprios interesses enquanto se esquivam das responsabilidades condizentes com seu status de grande potência.

"Os atrasos dos EUA no orçamento regular da ONU enfraquecem o papel da ONU", disse Lü Xiang, especialista em estudos dos EUA e pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times. As operações da ONU dependem fortemente da receita de anuidades, e o financiamento insuficiente pode prejudicar sua capacidade de promover efetivamente a ajuda humanitária, operações de manutenção da paz e outras agendas globais. O pagamento pontual das anuidades é uma das responsabilidades mais fundamentais dos estados-membros dentro da estrutura da ONU.

A tensão financeira tem sido um problema persistente para a ONU. Os EUA só pagam suas anuidades quando precisam do apoio da ONU, como visto após os ataques de 11 de setembro, quando os EUA fizeram seus pagamentos. No entanto, hoje, com a ONU falhando em atender às demandas dos EUA sobre resoluções relacionadas à crise da Ucrânia e ao conflito Israel-Palestina, as anuidades permanecem sem pagamento indefinidamente. Os EUA veem sua força econômica e posição dentro da ONU como uma alavanca, usando os atrasos como um "cartão mestre" para obrigar a ONU a se alinhar mais de perto com as posições e interesses dos EUA em questões internacionais.

As despesas dos EUA apresentam um contraste gritante: contribuições generosas e rápidas para apoio à guerra versus extrema frugalidade quando se trata de organizações internacionais. No final de 2024, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou um pacote de assistência de segurança de US$ 988 milhões para a Ucrânia, elevando sua ajuda total desde o início do conflito Rússia-Ucrânia para US$ 62 bilhões. "Se os EUA estivessem dispostos a alocar apenas uma pequena fração do dinheiro que acaba nos bolsos dos traficantes de armas americanos para a ONU, isso daria uma contribuição muito maior para o mundo", acrescentou Lü.

Para os EUA, a responsabilidade pode ser cumprida seletivamente, e as obrigações podem ser evitadas. Isso expõe o desrespeito dos EUA pelo cumprimento de seus deveres como uma grande potência.

Os EUA sempre enfatizaram sua "liderança internacional", o que contrasta fortemente com suas ações. Essa discrepância não apenas destaca uma perda de responsabilidade internacional dos EUA, mas também reforça a crescente percepção mundial da indiferença dos EUA ao multilateralismo. Ela prejudica a reputação dos EUA, aprofunda a desconfiança dos países em desenvolvimento em relação aos EUA e corrói sua credibilidade e base moral globalmente.

Em meio à crescente multipolaridade na ordem internacional de hoje e ao fortalecimento da cooperação regional, a ONU continua sendo uma plataforma indispensável para a governança global. Se os EUA continuarem a desconsiderar a autoridade da ONU, sua reputação na governança global só continuará a diminuir.