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Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Lula precisa avançar nas pautas de defesa da soberania, desenvolvimento do país e da distribuição de riqueza, sem ceder nada mais aos financistas neoliberais.
brasil247.com/
Já está em curso, no Brasil, uma nova onda golpista em várias frentes. Num claro gesto de agressão à autodeterminação do nosso país, inclusive com manifestações explícitas do “secretário da eficiência” do atual governo norte-americano e dono da rede X, estão pipocando nas redes sociais insinuações de movimentações e agitações de rua, como as ocorridas em julho de 2013. Em decorrência, os sabujos fascistas brasileiros estão promovendo convocações para o domingo 16 de março.
Os ataques e sabotagens, promovidos contra o governo de Lula da Silva a partir do primeiro dia da sua posse, estão sendo ampliados desde o final do ano passado, mediante a especulação com o dólar e a manipulação dos preços dos alimentos, entre outras manobras para induzir a maioria da população ao descrédito.
Porém, muitas derrapagens têm sido facilitadas pelos vacilos da equipe econômica que, em certa medida, se rendeu às pressões do mercado e aceitou a imposição do ajuste fiscal, que, até aqui, atingiu somente os mais pobres, em decorrência dos cortes no BPC e da limitação para aumentos do salário-mínimo.
Para mim, o cenário já está desenhado: como em 2013, serão reacendidas as agitações de rua e ampliadas as campanhas midiáticas para desgaste da popularidade do governo e do presidente, o que já está ocorrendo. E os mesmos fascistas, que agora pedem anistia para suas ações golpistas de 8 de janeiro de 2023, serão empregados para fazer as manifestações públicas e os pedidos de impeachment do presidente.
Ao final, depois de muito desgaste e da imposição de mais um processo de paralisação da economia do país (como fizeram a partir de julho de 2014, para promover o afastamento da presidenta Dilma Rousseff), será aprovado o semipresidencialismo, a ser defendido por intelectuais conservadores, ministros de tribunais superiores e demais autoridades, sob o pretexto de se estabelecer uma falsa paz e estabilização política superficial no Brasil.
Desse modo, promoverão ainda mais o enfraquecimento da soberania popular e o esvaziamento dos poderes da Presidência da República (que continuará a existir apenas com as atribuições de chefe de Estado e das Forças Armadas), com os parlamentares do “Centrão” (financiados pelos ricos) assumindo as funções governamentais, especialmente na gestão das finanças, o que já estão fazendo, de certa forma, por meio do controle das emendas parlamentares, estabelecidas pelo orçamento impositivo.
O que se pretende nessa etapa do processo golpista é afastar da chefia do governo as forças do campo democrático, popular e progressista, que ganharam democraticamente todas as eleições para a Presidência de 2002 a 2022 (sem esquecer que prenderam Lula em 2018 para impedi-lo de vencer naquele ano).
O que os fascistas não percebem é que também serão excluídos dessa nova partilha, pois não são aceitos na mesa de jantar dos muitos ricos, apesar de serem algumas das peças-chave usadas pela classe dominante para defender suas pautas anti-povo e anti-nação.
Assim, diante do atual rearranjo das forças que travam essa guerra híbrida contra o Brasil, o governo do presidente Lula não pode continuar recuado e jogando na retranca, para usar uma imagem de futebol, tão ao seu gosto; ao contrário, precisa avançar nas pautas de defesa da soberania e desenvolvimento do país (como a retomada do controle da Eletrobras e não renovando os contratos de concessão das distribuidoras de energia, que estão por vencer) e da distribuição da riqueza para melhorar a vida das pessoas e dar dignidade à classe trabalhadora, sem se deixar subjugar pelas chantagens do mercado e sem ceder nada mais aos financistas neoliberais.
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