EUA intensificam a “Doutrina Monroe do século XXI” na América Latina

Ilustração: Liu Rui/GT

Por Global Times

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Recentemente, os EUA intensificaram sua retórica contra a cooperação entre China e América Latina. Segundo a Associated Press, o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou na quarta-feira que "a presença militar da China no Hemisfério Ocidental" e, apenas um dia antes, afirmou que a China representa "uma ameaça ao Canal do Panamá".

Por muito tempo, os EUA consideraram a América Latina e o Caribe como seu "quintal". Para desacreditar as atividades normais de outros países na América Latina e, ao mesmo tempo, forçar as nações regionais a tomarem partido, os EUA não pouparam esforços para encenar uma farsa da "Doutrina Monroe" após a outra.

Seja exaltando a "presença militar" da China ou vinculando-a maliciosamente à questão do Canal do Panamá, os EUA estão empregando o velho truque de "um ladrão gritando 'pare, ladrão'" na tentativa de expulsar a China da região. Pan Deng, diretor do Centro de Direito da Região da América Latina e Caribe da Universidade Chinesa de Ciência Política e Direito, disse ao Global Times que a alegação de que a presença militar da China é "grande demais" é falsa. São os EUA que mantêm uma presença militar substancial, operando atualmente cerca de 76 bases militares na região. Pan afirmou que a China não possui uma base militar nem envia tropas para a região, tornando a alegação dos EUA de que a China está obtendo uma "vantagem militar" na América Latina completamente infundada.

Durante sua visita, Hegseth aventou abertamente a ideia de tropas americanas retornarem ao Panamá para "proteger" seu canal estrategicamente vital. Isso reflete claramente a intenção dos Estados Unidos de usar pressões militares e políticas para forçar os países latino-americanos a obedecerem, disse Lin Hua, pesquisador adjunto do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais. Ele observou que, ao longo dos mais de dois séculos desde a introdução da "Doutrina Monroe", as nações latino-americanas têm se tornado cada vez mais ressentidas do hegemonismo e unilateralismo dos EUA.

A Doutrina Monroe é sinônimo de Estados Unidos afirmando seu domínio sobre a região. A intimidação dos EUA contra seus vizinhos continua até hoje e se intensificou. Os EUA exigem o controle do Canal do Panamá e pressionam a Colômbia a aceitar migrantes deportados dos EUA... Está claro quem exatamente está coagindo os países vizinhos a se tornarem "estados vassalos". Não é de se admirar que os mexicanos digam: "Pobre México, tão longe de Deus, tão perto dos EUA".

Em contraste, a cooperação vantajosa para ambas as partes é a palavra-chave nas relações China-América Latina. Nos últimos anos, a cooperação econômica e comercial entre a China e a América Latina se aprofundou e produziu resultados concretos. Do Porto de Chancay, no Peru, ao Projeto Fotovoltaico Mauriti, no Brasil, e dos produtos agrícolas latino-americanos aos eletrodomésticos e automóveis de fabricação chinesa, o caminho para uma cooperação vantajosa para ambas as partes está se ampliando. Esses projetos colaborativos são muito bem recebidos pelas comunidades locais, vistos como uma "escada para o desenvolvimento".

O presidente Xi Jinping enviou uma mensagem de felicitações à 9ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELA) na quinta-feira. Ele afirmou que a China e a América Latina aprofundaram a confiança política, expandiram a cooperação prática e aprimoraram os intercâmbios interpessoais, trazendo benefícios para ambos os povos e dando um exemplo de cooperação Sul-Sul.

A China acolhe com satisfação a cooperação que genuinamente promova o desenvolvimento. Se os EUA continuarem a abordar os assuntos latino-americanos do ponto de vista e dos princípios da Doutrina Monroe — difamando a cooperação legítima da China enquanto interferem nas escolhas independentes das nações latino-americanas e tentam controlá-las, apegando-se a sonhos coloniais ultrapassados ​​para dificultar a cooperação vantajosa para todos — isso só irá corroer ainda mais sua própria influência na região.