A USAID se foi. A ambição do império americano também se foi?
Osecretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou o fim oficial da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) na terça-feira, após desmantelar rapidamente o braço de ajuda externa do governo desde o retorno do presidente Donald Trump à Casa Branca, informou o The Hill.
Fundada em 1961, quando John F. Kennedy buscava alavancar ajuda para conquistar o mundo em desenvolvimento na Guerra Fria, a USAID agora foi incorporada ao Departamento de Estado, de acordo com a AFP.
Lü Xiang, pesquisador de estudos dos EUA na Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse ao Global Times que, com as mudanças nas circunstâncias globais, os EUA preferem concentrar seus recursos no fortalecimento de seu próprio poder duro, especialmente o poder militar, em vez de continuar com seu modelo anterior de ajuda global.
Em uma declaração marcando a transferência da USAID para o Departamento de Estado como parte da iniciativa sem precedentes de Trump para reduzir o governo federal, Rubio disse que os EUA estão abandonando o que ele chamou de modelo baseado em caridade e se concentrarão em capacitar os países a crescerem de forma sustentável, informou a Reuters.
A Reuters citou a afirmação de Rubio de que esse novo modelo priorizaria o comércio em detrimento da ajuda e o investimento em detrimento da assistência, acrescentando que isso colocaria Washington em uma posição mais forte para combater Pequim.
Comentando as alegações de Rubio, Li Haidong, professor da Universidade de Relações Exteriores da China, disse ao Global Times na quarta-feira que os EUA tratam a ajuda, o investimento e o comércio como ferramentas na competição entre grandes potências, essencialmente usando-os como medidas intervencionistas motivadas por interesses estratégicos. Essa abordagem leva a ações externas dos EUA que prejudicam outros países e, em última análise, prejudicam a si mesmos, minando até mesmo os alicerces da cooperação e da confiança internacionais, afirmou.
A paralisação oficial da USAID também ocorre após um estudo publicado na segunda-feira no periódico médico Lancet, projetando que mais de 14 milhões de mortes adicionais podem ocorrer globalmente como resultado das reduções na ajuda dos EUA, incluindo 4,5 milhões de mortes entre crianças, segundo o relatório do The Hill.
Os ex-presidentes dos EUA Barack Obama e George W. Bush fizeram raras críticas públicas ao governo dos EUA ao participarem de um vídeo de despedida para funcionários da USAID na segunda-feira, em seu último dia como uma organização independente, de acordo com o Guardian.
Li disse que, durante muito tempo, as atividades da USAID em muitas regiões do mundo, incluindo o Oriente Médio e a Europa, frequentemente envolveram interferência política sob o pretexto de "evolução pacífica".
Editora: LQQ
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