Uma breve história das guerras iniciadas pelos EUA após a Segunda Guerra Mundial

Massacre na Coreia (1950-53), Picasso DR

Fonte: Xinhua
Editor: Huaxia

PEQUIM, 2 de setembro, 2022 (Xinhua) -- Estatísticas incompletas mostraram que, do fim da Segunda Guerra Mundial até 2001, entre os 248 conflitos armados que ocorreram em 153 regiões do mundo, 201 foram iniciados pelos Estados Unidos.

Vamos dar uma breve olhada nas guerras travadas, direta ou indiretamente, pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial.

A Guerra da Coreia

◆ Visão geral — Em 1950, os Estados Unidos reuniram mais de uma dúzia de países para formar o chamado "Exército das Nações Unidas" para intervir em uma guerra civil entre o Norte e o Sul da Península Coreana. A guerra chegou ao fim em julho de 1953, quando o Acordo de Armistício Coreano foi firmado. A Zona Desmilitarizada Coreana foi estabelecida como resultado do acordo.

◆ Perdas — Mais de 3 milhões de civis foram mortos e cerca de 3 milhões de pessoas se tornaram refugiadas durante a guerra. Segundo estatísticas da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), a guerra destruiu cerca de 8.700 fábricas, 5.000 escolas, 1.000 hospitais e 600.000 famílias, com 2 milhões de crianças deslocadas.

Durante a guerra, os militares dos EUA realizaram secretamente uma guerra biológica na região norte da RPDC e em partes do nordeste da China, espalhando por meio de aviões um grande número de insetos, ratos, coelhos e outros vetores com bactérias que poderiam causar peste, cólera e febre tifoide.

◆ Vozes -- Omar Bradley, então presidente do Estado-Maior Conjunto, chamou o que aconteceu na Coreia de "a guerra errada, no lugar errado, na hora errada e com o inimigo errado".

A Guerra do Vietnã

◆ Visão geral -- A Guerra do Vietnã durou de 1955 a 1975. Durante a guerra, os Estados Unidos apoiaram o lado sul-vietnamita, enviando-lhe dinheiro, suprimentos e conselheiros militares. Em 14 de maio de 1961, as Forças de Operações Especiais dos EUA invadiram o Vietnã do Sul. Um tratado de paz foi assinado em janeiro de 1973 entre os Estados Unidos e as partes em conflito do Vietnã, levando à retirada total das forças americanas.

◆ Perdas — A guerra causou cerca de 2 milhões de mortes de civis e deslocou mais de 3 milhões de pessoas. Estima-se que pelo menos 350.000 toneladas de minas e bombas não detonadas foram deixadas pelos militares americanos no Vietnã, e essas minas e bombas ainda são explosivas, o que levará 300 anos para ser eliminado.

Em março de 1968, uma companhia de soldados americanos invadiu o vilarejo vietnamita de My Lai e matou cerca de 500 civis desarmados, incluindo idosos, mulheres e crianças. O Los Angeles Times revelou em 2006 que havia outros 320 supostos incidentes comprovados por investigadores do exército.

◆ Vozes -- Durante uma cerimônia no Memorial da Guerra do Vietnã, no centro de Washington, em 2012, o então presidente dos EUA, Barack Obama, refletiu sobre as "duras lições" da guerra do Vietnã, chamando-a de "um dos capítulos mais dolorosos da nossa história".

Um turista tira fotos no Museu dos Remanescentes da Guerra na Cidade de Ho Chi Minh, Vietnã, em 16 de maio de 2016. (Xinhua/Nguyen Le Huyen)

A Guerra do Kosovo

◆ Visão geral — Em março de 1999, tropas da OTAN lideradas pelos Estados Unidos ignoraram descaradamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) e realizaram um bombardeio contínuo de 78 dias na Iugoslávia sob o pretexto de "prevenir desastres humanitários". Em junho, um acordo de armistício foi assinado, deixando Kosovo sob a tutela da ONU.

◆ Perdas — Mais de 2.000 pessoas foram mortas, mais de 6.000 ficaram feridas e quase 1 milhão de pessoas se tornaram refugiadas na guerra, o que também causou uma perda econômica de mais de 200 bilhões de dólares à República Federal da Iugoslávia.

Além disso, as tropas da OTAN também usaram bombas de fragmentação e bombas de urânio empobrecido, proibidas por convenções internacionais, levando a um aumento nos casos de câncer e leucemia na Iugoslávia e causando um impacto desastroso no ambiente ecológico da Iugoslávia e da Europa.

◆ Vozes — O então presidente dos EUA, Bill Clinton, defendeu os ataques aéreos da OTAN contra a Iugoslávia, alegando que a organização trabalhava para reverter a campanha sistemática de limpeza étnica e massacres. No entanto, o Washington Times noticiou em novembro de 1999 que o governo Clinton exagerou o número de albaneses étnicos mortos pelos sérvios.

Um homem caminha perto de um prédio danificado durante a guerra do Kosovo em Belgrado, capital da Sérvia, em 19 de fevereiro de 2008. (Xinhua/Wu Xiaoling)

A Guerra do Afeganistão

◆ Visão geral — Em outubro de 2001, os Estados Unidos e a OTAN invadiram o Afeganistão em nome do combate à Al-Qaeda e ao Talibã. Em 30 de agosto de 2021, horário local, "a guerra mais longa da história americana" terminou quando os últimos aviões americanos decolaram da capital do país asiático, Cabul.

◆ Perdas — As operações militares dos EUA mataram e feriram mais de 100.000 civis e criaram cerca de 10 milhões de refugiados. O Programa Mundial de Alimentos da ONU alertou em 2021 que o Afeganistão enfrenta "uma avalanche de fome e miséria", com 98% da população sem alimentação adequada.

Em 29 de agosto de 2021, apenas um dia antes da conclusão da evacuação das forças lideradas pelos EUA do Afeganistão, um ataque de drone não tripulado matou 10 pessoas de uma família em Cabul, incluindo sete crianças.

◆ Vozes -- "Atacar e matar civis, incluindo crianças, revela a verdadeira face do suposto defensor dos direitos humanos. Agora, a comunidade internacional precisa levá-los à justiça", disse uma vítima afegã.

Foto tirada em 2 de setembro de 2021 mostra os pertences das vítimas no local do ataque aéreo dos EUA em Cabul, capital do Afeganistão. (Foto de Saifurahman Safi/Xinhua)

A Guerra do Iraque

◆ Visão geral — Em março de 2003, apesar da ampla oposição da comunidade internacional, os Estados Unidos e seus aliados invadiram o Iraque com base nas alegações de que o governo iraquiano possuía armas de destruição em massa. No final de 2011, os Estados Unidos retiraram suas tropas do Iraque, sem que fossem encontradas quaisquer armas de destruição em massa.

◆ Perdas — A guerra causou cerca de 200.000 a 250.000 mortes de civis, incluindo 16.000 mortos diretamente pelas forças americanas. Estatísticas mostram que o número total de bombas de urânio empobrecido explodidas no Iraque ultrapassou 3.400 toneladas. Hoje, no Iraque, ainda existem 25 milhões de minas e outros resíduos explosivos que precisam ser removidos. A guerra também perturbou o equilíbrio de forças políticas no Oriente Médio após a Guerra Fria, resultando em uma região devastada e caótica.

◆ Vozes -- "Eles fizeram o Iraque retroceder mais de 100 anos", disse a engenheira iraquiana Aida Abdul-kareem.

A Guerra da Síria

◆ Visão geral — Em 2011, eclodiu a guerra civil síria. Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais apoiaram fortemente as forças armadas da oposição que tentavam derrubar o governo sírio. Em setembro de 2014, os Estados Unidos lançaram uma coalizão internacional para lutar contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e expandiram o escopo dos ataques aéreos contra o EI do Iraque para a Síria. Desde 2017, os Estados Unidos realizam ataques aéreos contra a Síria com o objetivo de dissuadir o uso de armas químicas pelo governo sírio.

◆ Perdas — De acordo com dados divulgados pela ONU, a intervenção militar dos EUA causou pelo menos 350.000 mortes na Síria, deslocou mais de 12 milhões de pessoas e deixou 14 milhões de civis em necessidade urgente de assistência humanitária.

Uma pesquisa realizada pelo Programa Mundial de Alimentos da ONU em abril de 2020 mostrou que cerca de um terço dos sírios enfrentavam a crise de escassez de alimentos e 87% dos sírios não tinham economias.

◆ Vozes -- "Lançar ataques indiscriminados que resultem em morte ou ferimentos a civis equivale a um crime de guerra nos casos em que tais ataques são conduzidos de forma imprudente", disse um relatório da Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria.

O New York Times informou que, com base em uma investigação de documentos confidenciais do Pentágono, os frequentes ataques aéreos dos EUA na Síria causaram um grande número de vítimas civis devido a "sérias deficiências de inteligência" e "direcionamento incorreto", que o Pentágono geralmente escolhe encobrir ou não penalizar.

Um menino sírio come em um campo de refugiados na zona rural da cidade de Hasakah, Síria, em 21 de novembro de 2019. (Str/Xinhua)

De acordo com um relatório divulgado em março de 2021 pelo Code Pink, um grupo antiguerra dos EUA, os Estados Unidos e seus aliados bombardearam consistentemente outros países nos últimos 20 anos, lançando uma média de mais de 40 bombas por dia. Estatísticas mostram que, nas últimas duas décadas, as chamadas guerras antiterroristas travadas pelos Estados Unidos custaram mais de 929.000 vidas.

Além de travar guerras diretamente, os Estados Unidos também intervieram nos assuntos internos de outros países, apoiando guerras por procuração, fornecendo armas e munições, treinando forças armadas antigovernamentais e outras formas, o que causou sérios danos à estabilidade social e à segurança dos países relevantes.

Fonte: Xinhua

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