Chefe da Casa Civil durante o governo do tucano Mário Covas
em São Paulo, o hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho
teria recebido 1 milhão de dólares em propina, para julgar regulares os
contratos da multinacional francesa Alstom; novos documentos, que devem chegar
ao Brasil em fevereiro, vindos da Suíça, também complicam a vida de Jorge Fagali Neto, ex-diretor dos Correios do
governo FHC, acusado de também favorecer a Alstom; por tal tarefa, recebeu da
empresa cerca de 7,5 milhões de euros; informações são de reportagem da Istoé
247 - Reportagem da revista Istoé que chegou às bancas neste
fim de semana revela que, até fevereiro, novos documentos devem chegar ao
Brasil, vindos da Suíça, que comprovam o envolvimento de tucanos no recebimento
de propina paga pela multinacional francesa Alstom para obtenção de contratos
com estatais na área de energia. A matéria, assinada por Pedro Marcondes de
Moura, cita como envolvidos no caso Robson Marinho, chefe da Casa Civil durante
o governo Covas, e Jorge Fagali Neto, ex-diretor dos Correios do governo
Fernando Henrique Cardoso.
Marinho foi alçado pelo ex-governador tucano Mário Covas ao
cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP). No exercício da
função, teria julgado regulares contratos da Alstom em troca de suborno. Além
de viajar com despesas pagas, Marinho recebeu, de acordo com promotores, 1
milhão de dólares em propina em uma conta na Suíça, bloqueada pela Justiça.
Ex-secretário de Transportes e diretor dos Correios na
gestão FHC, Fagali Neto é acusado de usar o seu trânsito no tucanato para
favorecer a Alstom. Para tanto, recebeu da empresa cerca de 7,5 milhões de
euros, no banco Safdié, na Suíça.
Confira a matéria da Istoé na íntegra:
Arquivo Alstom
Chegam ao Brasil documentos da Suíça sobre o esquema de
corrupção que originou o escândalo do Metrô paulista. São provas de que
políticos do PSDB receberam propina da multinacional francesa em troca de
contratos na área de energia
Pedro Marcondes de Moura
O PSDB paulista começará 2014 da mesma forma que terminou
2013: enrolado em um escândalo de corrupção. De acordo com promotores e
procuradores ouvidos por ISTOÉ, em fevereiro está prevista a chegada ao Brasil
de uma leva de documentos até então em posse de autoridades suíças. Eles
comprovam, segundo os investigadores, o pagamento de propina pela multinacional
francesa Alstom para obtenção de contratos com estatais da área de energia. A
papelada inclui registros bancários e movimentações financeiras feitas no país
europeu por suspeitos de se beneficiarem do esquema, como Robson Marinho, chefe
da Casa Civil durante o governo Covas, e Jorge Fagali Neto, ex-diretor dos
Correios do governo Fernando Henrique Cardoso. Até agora, dez pessoas foram
indiciadas pela Polícia Federal. Entre elas está o tucano Andrea Matarazzo,
secretário estadual de José Serra e Mário Covas. O Ministério Público paulista
e o Ministério Público Federal esperam a nova leva de documentos há três anos.
Em agosto, quando estavam em vias de ser enviados, Robson Marinho e Fagali Neto
ingressaram na Justiça suíça para impedir que as informações sobre suas contas
chegassem às mãos dos responsáveis por investigar o caso no Brasil.
Recentemente, no entanto, o pedido foi negado. Agora só falta a autorização do
juiz do Tribunal Penal de Bellinzona, na Suíça, para que os papéis desembarquem
no País.
Marinho foi alçado por Covas ao cargo de conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP). No exercício da função, teria julgado
regulares contratos da Alstom em troca de suborno. Além de viajar com despesas
pagas, Marinho recebeu, de acordo com promotores, US$ 1 milhão em propina em
uma conta na Suíça, bloqueada pela Justiça. Seu patrimônio é extenso – inclui
até uma ilha em Paraty, no Rio de Janeiro. Em uma leva de documentos já
enviada, as suas iniciais (RM) aparecem em um memorando da Alstom que
identifica os benefi-ciários da propina. Os indícios de seu envolvimento chamam
a atenção. Em um trecho do documento em francês, RM aparece como "ex
secretaire du governeur" ou ex-secretário do governador. Já outro diz que
o dinheiro é destinado ao "le tribunal de comptes", Tribunal de
Contas.
O desembarque dos documentos deve complicar também a
situação de Jorge Fagali Neto. Ex-secretário de Transportes e diretor dos Correios
na gestão FHC, ele é acusado de usar o seu trânsito no tucanato para favorecer
a Alstom. Para tanto, recebeu da empresa cerca de 7,5 milhões de euros, no
banco Safdié, na Suíça. O dinheiro, que está bloqueado, veio de outra conta no
país: a Marília, aberta sob o número 18.626 no Multi Commercial Bank, atual
Leumi Private Bank. Como ISTOÉ mostrou, ela foi usada para abastecer o esquema.
Pelo envolvimento com a máfia do setor elétrico, Fagali foi indiciado pela
Polícia Federal por corrupção passiva, entre outros crimes. As informações
suíças devem dar mais subsídios às acusações. Irmão do ex-presidente do Metrô
na gestão Serra, Fagali é alvo de suspeitas de ter operado também na área de
transporte sobre trilhos com a Alstom e também com a multinacional Siemens.
E-mails entregues por uma ex-secretária dele ao MP mostram sua proximidade com
lobistas, servidores paulistas, políticos e empresas envolvidas no esquema
disseminado nas sucessivas gestões do PSDB.

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