Reprodução/Adital
As ações foram divulgadas como sendo organizadas por
movimentos estudantis insatisfeitos com a série de problemas sociais
enfrentados no país, mas viu-se que era uma estratégia da oposição para
conseguir aplicar um golpe de Estado
Natasha Pitts
da Adital - http://www.brasildefato.com.br/
O ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz da
Venezuela, Miguel Rodríguez Torres, denuncia a participação dos Estados Unidos
nos protestos e manifestações violentas que tiveram início no país no último
dia 12 de fevereiro. Torres acredita que as ações foram realizadas com base em
um ‘Manual de Desestabilização’ criado para derrubar governos eleitos
democraticamente, como é o caso da Venezuela.
As ações, segundo informou o ministro durante uma entrevista
coletiva, são viabilizadas pela OTPOR, organização financiada pelos Estados
Unidos, que treina os jovens no intuito de realizar "um espetáculo
midiático para justificar a substituição ilegítima do governo”. Sérvia e
Ucrânia, países que enfrentaram conflitos recentes, também foram apontadas como
alvos dessa manipulação.
Em princípio, as ações foram divulgadas como sendo
organizadas por movimentos estudantis independentes e insatisfeitos com a série
de problemas sociais enfrentados no país, mas, com a intensa participação da
ultradireita, viu-se que era uma estratégia da oposição para conseguir aplicar
um golpe de Estado, explica documentário da Agência Venezuelana de Notícias
(AVN).
Com o passar dos dias as manifestações foram deixando o
caráter pacífico e se tornando cada vez mais violentas. "Eles seguiam
instruções. A estratégia era o espetáculo. Só um momento falso ou vários
pré-fabricados são necessários para fazer o mundo acreditar que a Venezuela
vive uma ditadura. Esses grupos violentos preparam o terreno para justificar
uma intervenção estrangeira”, narra o vídeo.
Torres denunciou ainda que o que se está vivendo na
Venezuela começou em 2010, quando um grupo de jovens foi levado ao México para
ser "adestrado” por pessoal da OTPOR. Gaby Arellano, Vilka Fernández, do
Movimento 13, pessoas da Juventude Ativa Venezuela Unida (Javu) de Valência e
Yon Goicochea foram alguns dos que estiveram no México sendo preparados para
implantar o terror nos dias de hoje, apontou o ministro.
As manifestações midiáticas com a utilização de jovens,
sobretudo de classe média e média alta, que se apoiam nos ideais de um líder de
direita, são conhecidas como "golpe suave” ou "revolução de cores” e
são mais sutis que os golpes de Estado tradicionais, pois permitem justificar
midiaticamente a derrubada do governo. Mas a Venezuela não foi a única vítima.
Sérvia, Ucrânia, Iugoslávia e Geógia também são apontados como alvos quando
passaram por momentos de desestabilização e troca de governo.
Informações filtradas pela Wikileaks em 2012 dão conta de
que o fundador da OTPOR é colaborador da empresa estadunidense privada de
inteligência Stratfor. Em 2013, outra informação veio à tona por meio da
Wikileaks. A organização Canvas (fundada pelo líder da OTPOR) junto com a
Stratfor traçava um caminho para que a ultradireita venezuelana conseguisse
derrubar Hugo Chávez. Os mesmos documentos informavam como preparar os
movimentos estudantis para a derrocada do líder da Revolução Bolivariana. Hoje,
os mesmo personagens, mas com metodologias diferentes, estariam tentando
derrubar Nicolás Maduro.
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