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Houve uma época em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) ditava as regras no Brasil. A situação de devedor e a pouca altivez na política externa levavam a um cenário de desmandos e palpites por parte do Fundo, de clara inclinação neoliberal. Hoje, andamos de cabeça erguida e não temos mais o Fundo como modelo ou referência - somos, inclusive, seus credores. Sem dúvida nenhuma, o FMI não manda mais aqui. Mas, dentro de um governo democrático e popular, damos ouvido à pluralidade de vozes, opiniões e estudos sobre a economia internacional - e uma dessas vozes é a do FMI.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou hoje (29) relatório sobre o setor externo
, ou seja, sobre como as economias individuais influenciam na economia global. Diferente do que algumas declarações fizeram crer, o foco do relatório não é o Brasil. O relatório avalia 28 economias consideradas grandes e faz a relação entre elas.
O documento divulgado hoje afirma, por exemplo, que o aumento de taxas de juros em países como Estados Unidos e Reino Unido, juntamente com o crescimento mais fraco previsto para os mercados emergentes, poderia contribuir para a diminuição do crescimento global da economia nos próximos cinco anos. O documento não analisa individualmente esta ou aquela economia. Faz uma previsão global dos acontecimentos, considerando que as realidades dos países influenciam umas às outras.
Assim, o relatório avalia que os mercados emergentes podem ser mais afetados com os grandes desequilíbrios econômicos. E cita Argentina, Brasil, Rússia e Turquia como emergentes com esse perfil. A projeção de crescimento para os emergentes foi reduzida. Para os mercados emergentes. Não para este ou aquele país. A situação faz parte de uma onda global que atinge a economia mundial.
Hoje, o coordenador-geral da campanha de Aécio Neves, Agripino Maia
(DEM), para quem o FMI ainda é a grande referência, chegou a dizer que "ou o Brasil muda o governo e readquire confiança ou vai cair para a 25ª economia do mundo". O democrata parece não haver percebido que foi o governo do PT que levou o Brasil à 7º economia mundial. O coordenador de campanha de Aécio falou também em perda de confiança do Brasil epessimismo. Mas ele não deve ter lido o relatório completo ou insiste em fazer o papel de torcida do contra. O documento aponta ainda que, com o encolhimento das maiores economias globais, o saldo em conta corrente migrou para um grande número de economias menores. E destacou que os níveis de reserva permanecem adequadas ou acima do adequado na maioria das economias emergentes. E cita na página 28 do relatório: em alguns casos – Brasil, China, Índia, Rússia e Tailândia – as reservas estão acima da faixa sugerida pelo Fundo.
Talvez por terem alcançado esta condição, quatro desses países (à exceção de Tailândia), mais África do Sul, tenham tido condições de anunciar recentemente a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido com o banco do BRICS. O objetivo é mobilizar recursos, fomentar a construção de infraestruturas e o desenvolvimento sustentável em países emergentes e em vias de desenvolvimento. Será uma alternativa ao arcaico Fundo Monetário Internacional, do qual antes o Brasil foi devedor e hoje é credor, graças ao saldo da dívida
feito durante o governo Lula. Mas que ainda é quem canta a bola para políticos como Agripino Maia e seus parceiros políticos, que insistem em seguir a cartilha do Fundo que tanto sugou de nossa economia no passado.
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