Nathali Macedo / http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
“Queremos homens que compreendam a nossa capacidade de
sentir prazer”
Quanto mais o tempo passa, mais me convenço de uma talvez
verdade tão dolorosa quanto provável: aos homens só interessa relaxar e gozar.
Não que queiram apenas sexo da vida, como se não houvesse amanhã (ou querem?!),
mas parecem excitar-se com uma facilidade quase que impressionante.
Tanto que já ouvi mais de uma vez frases como “não é bonita,
mas eu comeria.” Como sempre traduzo extensivamente tudo aquilo que absorvo,
pensei: “Não é bonita, nem interessante, nem atraente, mas eu comeria, porque
eu como mesmo.”
Bem ou mal, nós, mulheres, somos culturalmente diferentes.
Não que sejamos mais castas que eles, ou que gostemos menos de sexo – não
mesmo. Somos, por assim dizer, um pouco mais exigentes – seja com atributos
físicos, sociais ou intelectuais, fato é que não é qualquer coisa que nos
interessa sexualmente. (E quando digo qualquer coisa não me refiro a homens,
mas a qualquer elemento que expresse erotismo).
Devemos partir do pressuposto de que mulheres gozam muito
bem sozinhas. Temos uma feliz capacidade de deixar a imaginação fluir a serviço
do nosso próprio prazer. Temos talento em conhecer nosso próprio corpo de tal
forma que, muitas vezes – mas não sempre, certamente – o tão venerado pau, ou
outro objeto que lhe valha, é completamente obsoleto. Portanto, o que menos nos
interessa numa transa é o orgasmo que, embora nos seja precioso, podemos muito
bem conseguir sozinhas.
O sexo, na mentalidade da maioria das mulheres, é uma fonte
de múltiplos prazeres, que, para nós, ultrapassa o simples orgasmo. O maior deles talvez seja sentir-se desejada.
Não sentir-se amada, mas desejada mesmo. Erotizada, posta num lugar profano,
que transcenda a condição de mulher casta, romântica e pra casar. Em português
claro, nos interessa ser vistas sexualmente pelos homens que desejamos.
Aposto que muita mulher se sente mais mulher quando ouve um
palavrão ao pé do ouvido – porque quando um homem sabe sexualizar uma mulher e
ao mesmo tempo respeitar o seu direito de sentir prazer, nos sentimos livres
como devemos ser.
A história da erotização feminina não nos apetece – a mulher
que, embora exageradamente sexualizada, sempre foi vista e representada muito
mais como um objeto do que como um sujeito. No fundo, o que queremos são homens
que compreendam a nossa capacidade de sentir prazer enquanto seres autônomos
que somos e que, de preferência, estejam dispostos a colaborar com isso – numa
troca saudável, é claro.
Não queremos só mãos firmes e línguas competentes. Queremos
homens que nos envolvam com a mente muito mais que com o corpo – por que de uma
mente excitante é impossível esquecer.
“Queremos homens que compreendam a nossa capacidade de
sentir prazer”
Quanto mais o tempo passa, mais me convenço de uma talvez
verdade tão dolorosa quanto provável: aos homens só interessa relaxar e gozar.
Não que queiram apenas sexo da vida, como se não houvesse amanhã (ou querem?!),
mas parecem excitar-se com uma facilidade quase que impressionante.
Tanto que já ouvi mais de uma vez frases como “não é bonita,
mas eu comeria.” Como sempre traduzo extensivamente tudo aquilo que absorvo,
pensei: “Não é bonita, nem interessante, nem atraente, mas eu comeria, porque
eu como mesmo.”
Bem ou mal, nós, mulheres, somos culturalmente diferentes.
Não que sejamos mais castas que eles, ou que gostemos menos de sexo – não
mesmo. Somos, por assim dizer, um pouco mais exigentes – seja com atributos
físicos, sociais ou intelectuais, fato é que não é qualquer coisa que nos
interessa sexualmente. (E quando digo qualquer coisa não me refiro a homens,
mas a qualquer elemento que expresse erotismo).
Devemos partir do pressuposto de que mulheres gozam muito
bem sozinhas. Temos uma feliz capacidade de deixar a imaginação fluir a serviço
do nosso próprio prazer. Temos talento em conhecer nosso próprio corpo de tal
forma que, muitas vezes – mas não sempre, certamente – o tão venerado pau, ou
outro objeto que lhe valha, é completamente obsoleto. Portanto, o que menos nos
interessa numa transa é o orgasmo que, embora nos seja precioso, podemos muito
bem conseguir sozinhas.
O sexo, na mentalidade da maioria das mulheres, é uma fonte
de múltiplos prazeres, que, para nós, ultrapassa o simples orgasmo. O maior deles talvez seja sentir-se desejada.
Não sentir-se amada, mas desejada mesmo. Erotizada, posta num lugar profano,
que transcenda a condição de mulher casta, romântica e pra casar. Em português
claro, nos interessa ser vistas sexualmente pelos homens que desejamos.
Aposto que muita mulher se sente mais mulher quando ouve um
palavrão ao pé do ouvido – porque quando um homem sabe sexualizar uma mulher e
ao mesmo tempo respeitar o seu direito de sentir prazer, nos sentimos livres
como devemos ser.
A história da erotização feminina não nos apetece – a mulher
que, embora exageradamente sexualizada, sempre foi vista e representada muito
mais como um objeto do que como um sujeito. No fundo, o que queremos são homens
que compreendam a nossa capacidade de sentir prazer enquanto seres autônomos
que somos e que, de preferência, estejam dispostos a colaborar com isso – numa
troca saudável, é claro.
Não queremos só mãos firmes e línguas competentes. Queremos
homens que nos envolvam com a mente muito mais que com o corpo – por que de uma
mente excitante é impossível esquecer.
Nathali Macedo
Sobre o Autor
Atriz por vocação, escritora por amor e feminista em tempo
integral. Adora rir de si mesma e costuma se dar ao luxo de passar os domingos
de pijama vendo desenho animado. Apesar de tirar fotos olhando por cima do
ombro, garante que é a simplicidade em pessoa. No mais, nunca foi santa.
Escreve sobre tudo em: facebook.com/escritosnathalimacedo
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