Nonato Menezes - O filme que assistimos hoje no
Distrito Federal encenado pelo Governo Enrollemberg é em P&B. Sua
sonoridade é um estridente alarido que se ouve além da cidade. Em muitos decibéis
ouvimos que a gestão anterior deixou o Executivo aos cacos, sem dinheiro, um
verdadeiro caos, que foi administrado por incompetentes, mas tudo isso pode ser
apenas um jogo de cena para confundir e esconder alguns caminhos nada
lisonjeiros.
Dificilmente o governo que
assumiu pegou uma situação pior do que aquela recebida pelo Agnelo, justamente
após um dos maiores desastres de Gestão Pública do Brasil, onde a roubalheira
foi explícita, divulgada e o próprio governador foi preso.
Não pagar salários, dizer que o
GDF é um buraco sem fundos, mais parece uma jogada para esconder intensões e
projetos escusos.
Com dois meses de transição e
quinze dias de governo, muitas das funções vitais sequer foram nomeadas e boa
parte do governo está funcionando num caos improvisado. Procedimento inédito e
inaceitável, quaisquer sejam as justificativas apresentadas.
A mídia local isenta como sempre
foi não divulga nada a respeito destas e de outras questões. Provavelmente já deve
ter havido algum para garantir verbas publicitárias para Globo, Correio
Braziliense e outros. Talvez isso seja sintomático para a grande queimação que
se faz do governo anterior. Estratégia que nem com a gestão Arruda foi adotada.
Outro caminho possível, já aberto,
mas sombreado pelo “pânico” criado pelo novo grupo de poder seja mostrar para a
população uma “casa arrasada”, como argumento para sustentar, o ainda vivo,
projeto neoliberal, na tentativa de criar consenso ou impor silêncio para
arrochar o sistema público em várias vertentes, até mesmo privatizar algumas
instituições. E o BRB que se cuide!
Para esta obra, inclusive, alguns
pilares já estão postos e um deles, fincado na Secretaria de Fazenda, foi
importado de Minas; nada menos do que um cidadão remanescente do governo Aécio,
membro do grupo que ajudou a desorganizar e quebrar aquele Estado. Lá, como em
São Paulo, e em todas as administrações desastrosas do PSDB o mote é o “choque
de gestão” que, de tão forte, deixou a maior cidade do País sem água. Mote que
alguns membros do grupo que assumiu já vêm ensaiando.
Quanto ao “choque de gestão” nas
Alterosas, ao contrário do Distrito Federal, as mazelas do governo anterior,
sequer são mencionadas pela mídia. E haja mazelas!
A dúvida, então, é até quando o
governo Enrollemberg vai exibir esse filme, cujo enredo é bem conhecido e
desgastado, sem contar o risível desencontro do elenco com os produtores e seus
coadjuvantes.
Esperemos, mesmo com salários
atrasados e décimo terceiro não pago.

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