O texto da Medida Provisória de refinanciamento das dívidas
fiscais dos clubes está pronto e é duro.
A Medida Provisória que permitirá o refinanciamento das
dívidas fiscais dos clubes esteve nas mãos do ministro da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, no meio da semana passada. O texto está pronto e é duro. Nada a ver
com o que queriam os dirigentes em janeiro.
Os clubes terão seus débitos refinanciados, mas não para
agraciar cartolas. Será para fazer o futebol ter benefícios e compromissos
iguais aos de qualquer outro setor da economia.
O futebol tem de pagar imposto e gerar emprego. Fará isso em
muito maior escala se o desempenho de sua atividade econômica funcionar na
medida de seu potencial.
Para não beneficiar os cartolas e perder a chance de
promover a revolução, a presidenta Dilma vetou a lei em janeiro.
Com a nova MP redigida e mais severa, exigindo
contrapartidas de clubes e dirigentes, e para criar o compromisso do mundo do
futebol de fazê-lo ser indústria como na Inglaterra e na Espanha, Dilma vai
assiná-la na primeira quinzena de março.
Entre as mudanças, a nova MP traz a exigência de períodos
máximos de mandatos em entidades esportivas –clubes ou federações–
independentemente de receberem ou não verba pública. A partir da publicação da
MP, os clubes terão tempo exíguo para aderir.
Uma vez refinanciada a dívida, não tem volta. Tem de pagar o
imposto novo e o imposto velho. Sonegação é crime no setor automobilístico e
naval, na indústria, no comércio… No futebol, também, como ficou claro com o
processo contra Andres Sanchez, Roberto de Andrade, André Luiz de Oliveira e
Raul Corrêa da Silva por não pagarem tributos do Corinthians.
A questão não é beneficiar o futebol. É dar dinheiro ao
país. Assim como já aconteceu com universidades, bancos e até os governos
estaduais, dar fôlego para pagar dívidas passadas significa fazer o Brasil
arrecadar mais. Você paga e eu também!
Se o futebol funcionar, se tiver estádios lotados e turistas
chegando para assistir a Fla-Flu, Corinthians x Palmeiras, Gre-Nal ou Atlético
x Cruzeiro, mais dinheiro o futebol vai produzir, mais empregos vai gerar, mais
tributos vai pagar. Você já foi ou conhece alguém que viajou para ver o Real
Madrid ou o Barcelona.
Na última quinta-feira (19), um dia depois de Corinthians x
São Paulo, com recorde de público no estádio, apesar da expectativa de
violência, um senhor me abordou num shopping center. Disse não aceitar que o
Metrô funcione meia hora a mais apenas por causa de um jogo.
Apenas?
Eram 40 mil pessoas! O Metrô abriu 40 minutos mais cedo no
fim do Carnaval para atender quem voltava de viagem! Alguém reclamou?
Passou da hora de entender que o futebol não é só mais um
joguinho aí. É indústria. No nosso velho país do futebol, é possível produzir
tanto dinheiro quanto na Espanha. O governo começou a acreditar nisso.
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