As denúncias contra a FIFA evocam a política descaradamente
intervencionista do estadunidenses: há evidentes interesses geopolíticos por
trás de tudo isso.
Morvan Bliasby – Viomundo / http://cartamaior.com.br/
O mundo ficou estupefato com a notícia da Fifa; não que
alguém, de sã consciência, discorde da necessidade de se sanitizar a Entidade,
cuja corrupção campeia há tempo, e não d´agora, deste arroubo “vestal” das
rapinas, até onde isto for possível.
O evento, longe de significar fato isolado (nada o é, em se
tratando de EUA!), evoca a política descaradamente intervencionista do Big
Stick (grande porrete), dos estadunidenses, os xerifes da humanidade; sempre,
com a aquiescência dos que ou não enxergam a gravidade das ações destes
reacionários neo-romanos e a falta de noção dos que clamam pela própria, ou da
intervenção militar constitucional (Sic!); (os políticos brasileiros,
notadamente os de direita, que têm à escrivaninha uma bandeira dos EUA, em vez
da nossa, que o digam!).
A responsável pela emissão dos mandados de prisão no
escândalo que abalou a Fifa (e o mundo!) ora, a procuradora-geral dos Estados
Unidos, Loretta E. Lynch, afirmou:
“… O Departamento de Justiça do país está ‘determinado a
acabar com a corrupção no mundo do futebol’.”
Lindo. Como são diligenciosos, estes estadunidenses. De uma
hora para outra, eles tentam varrer a corrupção (dos outros!). Num país em que
o lobbie é uma atividade regulamentada, os escândalos sempre ficam impunes
(vide caso Enron), desde que os corruptos sejam “amigos do rei”, falar em
corrupção soa no mínimo estranho. Sem se falar em um país onde se financiam
derrubadas de Governos contrários à democracia (pois sim!) e a sociedade civil
não se manifesta ou não tem força para. A corrupção dos outros é realmente mais
fácil de detectar e de combater, sabe-se. Tanta fome na África, moléstias em
todo o mundo, doenças que já deveriam ter sido erradicadas há séculos,
tecnologia biomédica, há, e a preocupação destes honrados estadunidenses é com
o futebol na Fifa!
Felizmente, nem todos caem neste conto manjado dos “vestais
da humanidade”. A Rússia já alertou para as reais intenções da “palmatória do
mundo“, embora possa se crer que o problema é bem mais complexo do que
continuar a ser simplesmente a régua deste ou somente prejudicar a Rússia,
futura sede da Copa: a agenda aponta claramente para um recado. Recado sutil
como os são os daqueles senhores falconiformes: — “não vos esqueçais do Destino
Manifesto, pois vós sois o meu quintal!“.
O recado, como se diz, nada sutil, é para os bolivarianos
(Sic!); a Fifa é só o transdutor, ou seja, — “Nós podemos tudo, inclusive
intervir, em qualquer lugar“. É a manifestação inequívoca, embora com o mesmo
discurso protoudenista de sempre: a América Latina como nosso (deles, claro)
quintal; afinal, para um povo ‘superior’, se lhe parece apenas o cumprimento da
‘profecia’.
Resta saber como a AL se comportará, diante deste farol de
udenismo triunfante: ou aceitará o “Destino Manifesto” ou lhes dará um
manifesto cacete, ou “Big Stick”, como eles gostam de falar, como fez a
pequena, porém imponente Nicarágua, quando lhe tentaram anexar. Anexar o
cacete, diriam os nicaraguenses. “peia” para vinte, os valentões “escolhidos”
pela “providência” (talvez seja a mesma que “escolheu” o avião onde viajava Eduardo
Campos!) levaram sozinhos.
Assim se faz um povo. Viva a Nicarágua. O tal de “Destino
Manifesto” não resiste a um povo. Apenas, onde eles e seu “Big Stick” atuam,
têm sempre aqueles que vaticinam “A Teoria da Dependência”; depois, fica fácil:
uma imprensa a serviço dos ‘superiores’, ‘escolhidos’, e o escritor da teoria
da Dependência (É o cacete!) cria leis que facilitam a transferência de
patrimônio. Funciona, mesmo. Vale, Petrobrax (felizmente, não deu tempo),
nióbio, pedras preciosas, estrutura de telecomunicações, etc. Beleza de teoria.
Não funciona na Nicarágua, na Bolívia, na Venezuela. sabe-se… nem em Cuba.
Façam com a Fifa e com seus carcamani o que quiserem, mas,
fora da América Latina! É o Pré-Sal, estupendo!
Créditos da foto: reprodução
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